sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O correto é “trazido” ou “trago”?



Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma para o particípio, como é o caso dos verbos salvar (salvado e salvo) e aceitar (aceitado e aceito), por exemplo.

Verbos como “trazer” não são abundantes, portanto, apresentam uma única forma para o particípio.

No caso do verbo “trazer”, a forma correta é “trazido”.

Ex.: Eu tinha “trazido” um amigo à reunião.
       Ela havia “trazido” uma sobremesa para o almoço.

“Trago” pode ser um substantivo masculino que significa “gole”, “dose de bebida alcoólica”.

Ex.: Eu tomei um trago de whisky.
       Ele bebeu um trago de cachaça.

“Trago” também é a forma utilizada para a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.

Ex.: Eu sempre “trago” remédios comigo.

sábado, 7 de setembro de 2013

O correto é “presidente” ou “presidenta”?



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Muito tem se discutido, atualmente, sobre o uso da palavra ‘presidenta’. Alguns alegam que a palavra é errada, enquanto outros dizem que seu uso é perfeitamente correto. Outros, mais conciliadores, afirmam que ambas as palavras estão corretas. Antes de explicarmos, vale fazer algumas considerações.

A palavra ‘presidente’ é um substantivo comum de dois, podendo ser utilizada tanto para o masculino quanto para o feminino. Palavras com sufixo –ente, tais como ‘presidente’, ‘gerente’ e ‘paciente’, por exemplo, são comum de dois, sendo utilizada para ambos os sexos. O que identifica o masculino ou o feminino é o uso do artigo definido ‘o’ ou ‘a’.
Dessa forma, se estivermos nos referindo a um homem diremos ‘o presidente’, ‘o gerente’, ‘o paciente’. Se estivermos nos referindo a uma mulher dizemos ‘a presidente’, ‘a gerente’, ‘a paciente’. Não utilizamos, por exemplo, as palavras ‘gerenta’ ou ‘pacienta’. O mesmo vale para ‘estudante’. Dizemos ‘o estudante’ ou ‘a estudante’. Jamais dizemos ‘a estudanta’.
Por este raciocínio, a utilização da palavra ‘presidenta’ é desnecessária.

Porém, ‘presidenta’ seria uma flexão do substantivo, o que igualmente é considerado correto. É o que acontece com ‘infante’, por exemplo, cujo feminino é ‘infanta’. Na língua portuguesa, vários substantivos são flexionados para o feminino, enquanto outros, não.
O que ocorre é que a flexão ou não decorre de vários fatores, tais como a ‘eufonia’. De acordo com o princípio da eufonia, utilizamos ou não determinadas palavras conforme sua sonoridade nos agrade ou não. Palavras cujos sons consideramos agradáveis passam a serem usadas; as que nos desagradam, são descartadas.
Por isso, muitos substantivos são flexionados, enquanto outros não.

No caso de ‘presidente’ ou ‘presidenta’, ambas as palavras estão dicionarizadas e,  portanto, são consideradas corretas. Podemos dizer ‘a presidente Dilma’ ou ‘a presidenta Dilma’, indiscriminadamente.
Particularmente, prefiro utilizar ‘a presidente’. Porém, não podemos condenar aqueles que utilizam ‘a presidenta’.

Utilize uma ou outra de acordo com sua preferência, utilizando o princípio da eufonia, por exemplo. Veja qual lhe agrada mais. Ou, então, utilize as duas sem pensar que está incorrendo em algum erro.  

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O vício do gerundismo


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Gerundismo é o nome adotado para o que se considera um uso inadequado do gerúndio.
O uso inadequado do gerúndio disseminou-se por intermédio, principalmente, de operadores de telemarketing, disseminando-se, posteriormente, para várias áreas.
Isso tem gerado duas reações distintas em relação ao gerúndio: o seu uso desmedido, mesmo quando não é apropriado, ou uma espécie de recusa em utilizar o gerúndio, como se ele fosse algo incorreto na língua, devendo ser evitado.

Nem 8 nem 80, como diriam os mais antigos. Em alguns casos, faz-se necessária a utilização do gerúndio, pelo fato de ele expressar corretamente o que queremos dizer.

O gerúndio é uma forma nominal do verbo, constituído por um verbo auxiliar e um verbo com a terminação NDO.
Utiliza-se o gerúndio quando queremos dar a ideia de ação em andamento, ação contínua ou concomitante a outra ação.

Ex.: Estamos pesquisando a obra de Fernando Pessoa.
       Um aluno vai pesquisando, enquanto o outro redige o texto.
       José está dormindo.
       Estou almoçando.
       Estou ouvindo música enquanto trabalho.

Deve-se evitar o gerúndio com verbos de ação que não necessitam da noção de continuidade que o gerúndio expressa, por especificarem ações rápidas e pontuais.

Além disso, é desnecessário o uso do gerúndio para substituir o Futuro do Presente.

Ex.: Vou estar transferindo sua ligação. (errado)
       Vou transferir sua ligação. (correto)

       Vou estar aguardando sua chamada. (errado)
       Vou aguardar sua chamada. (correto)

       Vou estar enviando o livro pelo correio. (errado)
       Vou enviar o livro pelo correio. (correto)

       Vou estar confirmando seu pedido. (errado)
       Vou confirmar seu pedido. (correto)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O correto é “vou me esforçar” ou “vou se esforçar”?



Entrevistas com jogadores e técnicos de futebol dão um bom material para se trabalhar a língua portuguesa.
Outro dia, assistindo a uma entrevista, ouvi a seguinte frase do jogador, falando sobre o seu desempenho: “(...) vou se esforçar mais (...)”.
Afinal: o correto é “vou me esforçar” ou “vou se esforçar”?  

Tanto o pronome “me” quanto o pronome “se” (ou “si”) são pronomes pessoais do caso oblíquo.

A principal diferença entre os pronomes retos e oblíquos é que os pronomes retos (eu, tu, eles etc.) funcionam, geralmente, como sujeitos da oração, enquanto os pronomes oblíquos (me, mim, se, si, te, ti etc.) funcionam como objetos ou complementos.

A diferença entre “me” e “se” é que o primeiro é utilizado para a primeira pessoa do singular, enquanto o segundo é utilizado para a terceira pessoa.

Ex.: Eu vou “me” esforçar mais. (eu – 1ª pessoa do singular)
       Ele vai se esforçar mais. (ele – 3ª pessoa do singular)

Ou seja: quando se referir a você mesmo, utilize “me”; quando se referir a outra pessoa, utilize “se”.

No caso do jogador, a frase correta deveria ser: “(...) vou “me” esforçar mais (...)”.