domingo, 22 de junho de 2014

“Popa”, “poupa” ou “polpa”?


As três palavras estão corretas, mas são utilizadas com sentidos diferentes.

“Popa” refere-se à parte posterior da embarcação, em oposição à proa, que se refere à parte anterior.

Ex.: Os marinheiros lavavam a “popa” do navio.


Já “poupa” refere-se à 3ª pessoa do presente do indicativo do verbo “poupar” e da 2ª pessoa do imperativo afirmativo.

Ex.: Maria “poupa” parte do seu salário.


“Polpa” refere-se à parte carnosa dos frutos; carne musculosa, sem ossos nem gorduras; algo importante, de valor.

Ex.: Fizemos sucos com a “polpa” de várias frutas.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Você conhece a origem da expressão “bode expiatório”?


A expressão “bode expiatório” é utilizada para designar uma pessoa que leva a culpa no lugar de outra, realmente culpada. A expressão tem origem em uma época anterior a Jesus.

Os judeus da antiguidade – chamados de hebreus – tinham um ritual que, segundo eles acreditavam, os livrava de seus pecados. Eles se reuniam no alto de uma montanha – apenas os homens; as mulheres não tinham permissão para participar – e levavam um bode consigo. Eles, então, realizavam alguns ritos que teria o poder de transferir seus pecados para o bode. Quando os pecados de todos os homens ali presentes havia sido transferido para o bode, eles atiravam o animal em um despenhadeiro.

Eles acreditavam que, com a morte do bode, eles estariam livres dos seus pecados. O bode, portanto, era um instrumento que eles utilizavam para expiar seus pecados.

Com base nesta prática, sempre que alguém leva a culpa no lugar de outra pessoa, é chamada de “bode expiatório”.

sábado, 31 de maio de 2014

Ambiguidade e cacófato


Ambiguidade, ou anfibologia, refere-se à duplicidade de sentido em uma construção sintática, ou seja, a frase pode ser interpretada de mais de uma maneira. Um exemplo de ambiguidade pode ser observado em uma manchete de um site esportivo. O lateral Ruy Cabeção, após se desligar do Mixto, procurava um novo clube pelo qual jogar utilizando-se, para isto, do Twitter. O site, então postou esta manchete:

“Ruy Cabeção tenta encontrar clube para jogar no twitter”.

Com esta construção, tem-se a impressão de que Ruy Cabeção irá jogar no twitter quando, na verdade, ele estava utilizando a rede social para procurar um novo clube. Para evitar a ambiguidade, a manchete poderia ter sido escrita desta forma:

“Ruy Cabeção tenta encontrar, pelo twitter, um novo clube para jogar”.


Já a cacofonia refere-se ao encontro ou repetição de sons que desagrada ao ouvido, fazendo com que entendamos uma palavra em vez de outra. Um exemplo de cacófato foi a frase dita pela apresentadora Luciana Gimenez ao falar sobre sua mãe, em uma entrevista. Ela quis prestar uma homenagem à mãe, a atriz Vera Gimenez, agradecendo ao fato de a mãe a ter gerado. Então, Luciana soltou está “pérola”:

“Mãe, obrigado por você ter me tido”.

Neste caso, o final da frase nos dá a impressão de que ela usou a palavra “metido”, particípio do verbo “meter”, em vez do pronome “me” e do verbo “ter” no particípio. Para evitar o cacófato, ela poderia ter utilizado a seguinte construção:

“Mãe, obrigado por você ter me gerado”.

sábado, 10 de maio de 2014

“Através”, “por meio de” ou “por intermédio de”?


É muito comum lermos ou ouvirmos expressões do tipo “a partida foi suspensa através de uma liminar” ou “descobri essa informação através da internet”.
Em ambos os casos, a utilização da palavra “através” está incorreta.

“Através” deverá ser utilizada no sentido de se atravessar alguma coisa.
Ex.: Ele viajou “através” do deserto do Saara.
      Vi Mariana “através” da cortina.

Quando algo nos serve de instrumento para alcançar um objetivo, devemos utilizar “por meio de” ou “por intermédio de”.
Ex.: A partida foi suspensa “por meio de” uma liminar”
       Descobri essa informação “por intermédio da” internet”

quarta-feira, 30 de abril de 2014

“Curte” ou “curti”?

Costumamos ver, principalmente no Facebook, alguém postar alguma coisa e dizer algo do tipo: “quem gostou, “curti” aí”.

 “Curti” (pronuncia-se curtí) refere-se à 1ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: eu curti.  
Ex.: Eu “curti” o filme.

 No caso em questão, quando queremos pedir para alguém curtir alguma postagem, podemos utilizar a seguinte forma:
Ex.: Quem gostou, “curte” aí 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Você conhece a origem da expressão “feito nas coxas”?

Muita gente pensa que a expressão “feito nas coxas” tem uma conotação vulgar, sexual. Na verdade, essa expressão é utilizada com o significado de algo mal feito e se originou na época da escravidão.
Os escravos que trabalhavam na confecção de telhas, como não possuíssem um molde para fazê-las, utilizavam a própria coxa para moldá-las. Como as coxas dos escravos possuíam tamanhos diferentes – grossas, finas, compridas, curtas –, as telhas saíam com tamanhos diferentes e, quando se tentava fazer um telhado, elas não encaixavam e o trabalho ficava mal feito.
A partir daí, passou-se a dizer que todo trabalho mal feito foi “feito nas coxas”.
 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

“Há” ou “tem”?

O verbo haver pode adquirir vários significados, dependendo da frase na qual ele seja utilizado. Uma das formas do verbo “haver” é “existir”.  

 Na linguagem “oral”, costuma-se utilizar o verbo “haver” e “ter” no sentido de existir, indiscriminadamente. Na forma escrita, entretanto, deve-se evitar o uso do verbo “ter” no sentido de “existir”. 

 “Há” é utilizado com o significado de “existir”; “tem” é utilizado com o significado de “possuir”.

 Ex.: No Brasil não “há” vulcões. (No Brasil não “existem” vulcões).
        Carla “tem” um carro. (Carla “possui” um carro). 

 No sentido de “existir”, o verbo haver é impessoal, sendo utilizado na 3ª pessoa do singular. O verbo haver também pode ser flexionado para as outras pessoas, mas as formais pessoais do verbo caíram em desuso e quase não são utilizadas.