quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Qual o plural de “ar-condicionado”?




Palavras compostas sempre causam confusão ao serem utilizadas no plural, como é o caso de “ar-condicionado”. Afinal, qual é o plural de “ar-condicionado”?

Palavras compostas, separadas por hífen, obedecem a algumas regras quanto ao plural. Caso a palavra seja composta por um substantivo + adjetivo ou adjetivo + substantivo, ambos os elementos vão para o plural.

Ar-condicionado é composto por um substantivo (ar) e um adjetivo (condicionado). Neste caso, ambos os elementos vão para o plural. Portanto, o correto é “ares-condicionados”.



Ex.: Vou comprar um “ar-condicionado”.

Vou comprar dois “ares-condicionados”.



Obs.: caso fique em dúvida, você pode usar a seguinte construção:



Vou comprar um aparelho de ar-condicionado.

Vou comprar dois aparelhos de ar-condicionado.



Neste caso, apenas o substantivo “aparelho” vai para o plural.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Acento diferencial


Algumas palavras que possuem a mesma pronúncia e são escritas da mesma forma, recebiam o que se denominava “acento diferencial” para diferenciá-las de acordo com o emprego de cada uma.

Ex.: pára (verbo) / para (preposição)

Com a nova ortografia, deixou-se de usar o acento diferencial na maioria das palavras, mas manteve-se o acento em algumas delas.

pôde / pode, pôr / por

“Pôde” é a forma do passado do verbo “poder” (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular.
“Pode” é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Não sei como ele “pôde” fazer isso! (pretérito perfeito do indicativo)
       Ele “pode” sair mais cedo hoje. (presente do indicativo)

“Pôr” é verbo, enquanto “por” é preposição.

Ex.: Vou “pôr” o livro na estante.
       Este bolo foi feito “por” mim.

Obs.: os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” e “vir”, assim como de seus derivados (manter, deter, conter, convir, intervir etc.) continuam sendo utilizados.

Ex.: Ele “tem” dois celulares. / Eles “têm” dois celulares.
       Ele “vem” hoje à noite. / Eles “vêm” hoje à noite.
       Ela “mantém” a opinião. / Elas “mantêm” a opinião.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A importância da pontuação


Muitas pessoas – não apenas alunos dos Ensinos Fundamental e Médio – não dão importância à pontuação. Para muitos, usa-se algum tipo de pontuação quando o texto está ficando muito extenso ou, quando se está lendo, usa-se a pontuação para recuperar o fôlego.
Nada mais longe da verdade. A pontuação, na escrita, tem o mesmo efeito que as pausas e entonação, na oralidade. Na fala, usamos pausas para destacar pontos importantes, da mesma forma que usamos a entonação para transmitir determinadas ideias – uma pergunta ou uma afirmação, por exemplo.
Na escrita, o uso incorreto da pontuação pode gerar interpretações errôneas. Um bom exemplo é o texto que se segue.

Um homem estava morrendo e, como ainda não havia feito seu testamento, pediu papel e caneta para escrevê-lo. Sentindo a morte se aproximar, escreveu o texto rapidamente, mas morreu antes que pudesse colocar a pontuação correta. O texto ficou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres”.

A irmã, interessada na herança que o irmão deixaria, pontuou o texto assim:

“Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

O sobrinho, que não era bobo, pontuou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

O alfaiate, também interessado em receber algum, pontuou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

Um dos pobres da cidade, pretendendo ficar menos pobre, pontuou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres”.

Como se vê, uma vírgula ou ponto fora de lugar faz bastante diferença para o sentido da frase. A pontuação segue uma ordem para manter a coerência de um texto. Usá-la de maneira aleatória, como vemos muitos fazerem, fará com que a ideia que se pretende comunicar adquira um outro significado.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O correto é “enterter” ou “entreter”?


Normalmente, ouvimos as pessoas utilizarem a palavra “enterter”.

Ex.: João “enterteve” as visitas.
      Vou “enterter” o bebê enquanto vocês saem.

Porém, a forma correta é “entreter”, que deriva de “entretenimento”, que significa diversão, distração.

“Entreter” pode ter o significado de: iludir, distrair, deter.

Ex.: O cúmplice “entreteve” o policial, enquanto os comparsas fugiam com o roubo.

“Entreter” também pode significar: ocupar, encher.

Ex.: Ele gostava de ler para “entreter” suas horas vagas.

“Entreter” pode ter o significado de: divertir, distrair(-se).

Ex.: Vou ao cinema para me “entreter” um pouco.

Ou seja, a forma “enterter” não existe. O correto é “entreter”.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A confusão dos parônimos


Parônimos são palavras diferentes, com significados diferentes, mas que possuem escrita e pronúncia semelhantes. Geralmente, diante de duas palavras que constituem um parônimo, ficamos em dúvida sobre o significado de cada uma delas. Vejamos alguns exemplos:

Aferir: conferir; comparar
Auferir: colher; obter ou receber vantagens

Alto: de grande extensão; elevado; grande
Auto: ato público; registro escrito de um ato; peça processual

Arrear: colocar arreios em (cavalgadura); encilhar, selar
Arriar: abaixar, descer

Cavaleiro: aquele que anda a cavalo
Cavalheiro: homem de boas maneiras, educado, gentil

Colidir: trombar, chocar
Coligir: colecionar. Reunir, juntar

Comprido: longo
Cumprido: realizado, executado

Delatar: denunciar, acusar
Dilatar: alargar, estender, retardar

Lista: relação, catálogo, rol
Listra: linha, risco, risca de cor diferente em um tecido

Ótico: relativo ao ouvido
Óptico: relativo à visão

Posar: fazer pose, servir de modelo
Pousar: descer ao solo, aterrisar

Ratificar: confirmar, comprovar, corroborar
Retificar: alterar, corrigir, consertar

Ruço: grisalho, desbotado; grave, insustentável
Russo: relativo à Rússia; nascido naquele país

Soar: emitir determinado som
Suar: transpirar

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O correto é “rúbrica” ou “rubrica”?


A palavra “rúbrica”, apesar de ser muito utilizada, inclusive por pessoas de classe alta e, até mesmo, do meio acadêmico, está incorreta. O correto é “rubrica”, que deriva do verbo “rubricar”.

Ex.: Não precisa assinar, coloque apenas sua “rubrica”.
       Assine a primeira página e “rubrique” as demais.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O correto é “privilégio” ou “previlégio”?

A palavra “previlégio”, apesar de ser muito utilizada, principalmente pela camada mais pobre da população, não existe. O correto é “privilégio”, e seus derivados seguem sua grafia: privilegiado, privilegiar etc.

domingo, 13 de outubro de 2013

O correto é “prenha” ou “prenhe”?



A palavra “prenha” surgiu de uma alteração da palavra “prenhe”, que deriva de prenhez e significa estar grávida, cheio, repleto.
Anteriormente, a palavra correta era “prenhe”. Atualmente, com a popularização da palavra, utiliza-se muito “prenha”.
Para efeito de norma culta, entretanto, o correto é “prenhe”.

domingo, 6 de outubro de 2013

Quantas palavras perderam o acento com a nova ortografia?



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De acordo com o etimologista gaúcho Cláudio Moreno, utilizando como base a última edição do Dicionário Aurélio – e não considerando na contagem as conjugações verbais -, 1334 palavras perderam o acento, assim discriminadas:

Caso
Qtde de palavras
Exemplo
Paroxítonas com os ditongos “oi” e “ei”
904
Assembléia, tramoia
Trema
358
Frequente, delinquente
Com “u” e “i” tônicos após ditongo
32
Feiúra, boiúna
Acento diferencial
22
Pólo, para
Com hiato “oo”
18
Enjoo, voo

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O correto é “trazido” ou “trago”?



Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma para o particípio, como é o caso dos verbos salvar (salvado e salvo) e aceitar (aceitado e aceito), por exemplo.

Verbos como “trazer” não são abundantes, portanto, apresentam uma única forma para o particípio.

No caso do verbo “trazer”, a forma correta é “trazido”.

Ex.: Eu tinha “trazido” um amigo à reunião.
       Ela havia “trazido” uma sobremesa para o almoço.

“Trago” pode ser um substantivo masculino que significa “gole”, “dose de bebida alcoólica”.

Ex.: Eu tomei um trago de whisky.
       Ele bebeu um trago de cachaça.

“Trago” também é a forma utilizada para a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.

Ex.: Eu sempre “trago” remédios comigo.

sábado, 7 de setembro de 2013

O correto é “presidente” ou “presidenta”?



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Muito tem se discutido, atualmente, sobre o uso da palavra ‘presidenta’. Alguns alegam que a palavra é errada, enquanto outros dizem que seu uso é perfeitamente correto. Outros, mais conciliadores, afirmam que ambas as palavras estão corretas. Antes de explicarmos, vale fazer algumas considerações.

A palavra ‘presidente’ é um substantivo comum de dois, podendo ser utilizada tanto para o masculino quanto para o feminino. Palavras com sufixo –ente, tais como ‘presidente’, ‘gerente’ e ‘paciente’, por exemplo, são comum de dois, sendo utilizada para ambos os sexos. O que identifica o masculino ou o feminino é o uso do artigo definido ‘o’ ou ‘a’.
Dessa forma, se estivermos nos referindo a um homem diremos ‘o presidente’, ‘o gerente’, ‘o paciente’. Se estivermos nos referindo a uma mulher dizemos ‘a presidente’, ‘a gerente’, ‘a paciente’. Não utilizamos, por exemplo, as palavras ‘gerenta’ ou ‘pacienta’. O mesmo vale para ‘estudante’. Dizemos ‘o estudante’ ou ‘a estudante’. Jamais dizemos ‘a estudanta’.
Por este raciocínio, a utilização da palavra ‘presidenta’ é desnecessária.

Porém, ‘presidenta’ seria uma flexão do substantivo, o que igualmente é considerado correto. É o que acontece com ‘infante’, por exemplo, cujo feminino é ‘infanta’. Na língua portuguesa, vários substantivos são flexionados para o feminino, enquanto outros, não.
O que ocorre é que a flexão ou não decorre de vários fatores, tais como a ‘eufonia’. De acordo com o princípio da eufonia, utilizamos ou não determinadas palavras conforme sua sonoridade nos agrade ou não. Palavras cujos sons consideramos agradáveis passam a serem usadas; as que nos desagradam, são descartadas.
Por isso, muitos substantivos são flexionados, enquanto outros não.

No caso de ‘presidente’ ou ‘presidenta’, ambas as palavras estão dicionarizadas e,  portanto, são consideradas corretas. Podemos dizer ‘a presidente Dilma’ ou ‘a presidenta Dilma’, indiscriminadamente.
Particularmente, prefiro utilizar ‘a presidente’. Porém, não podemos condenar aqueles que utilizam ‘a presidenta’.

Utilize uma ou outra de acordo com sua preferência, utilizando o princípio da eufonia, por exemplo. Veja qual lhe agrada mais. Ou, então, utilize as duas sem pensar que está incorrendo em algum erro.  

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O vício do gerundismo


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Gerundismo é o nome adotado para o que se considera um uso inadequado do gerúndio.
O uso inadequado do gerúndio disseminou-se por intermédio, principalmente, de operadores de telemarketing, disseminando-se, posteriormente, para várias áreas.
Isso tem gerado duas reações distintas em relação ao gerúndio: o seu uso desmedido, mesmo quando não é apropriado, ou uma espécie de recusa em utilizar o gerúndio, como se ele fosse algo incorreto na língua, devendo ser evitado.

Nem 8 nem 80, como diriam os mais antigos. Em alguns casos, faz-se necessária a utilização do gerúndio, pelo fato de ele expressar corretamente o que queremos dizer.

O gerúndio é uma forma nominal do verbo, constituído por um verbo auxiliar e um verbo com a terminação NDO.
Utiliza-se o gerúndio quando queremos dar a ideia de ação em andamento, ação contínua ou concomitante a outra ação.

Ex.: Estamos pesquisando a obra de Fernando Pessoa.
       Um aluno vai pesquisando, enquanto o outro redige o texto.
       José está dormindo.
       Estou almoçando.
       Estou ouvindo música enquanto trabalho.

Deve-se evitar o gerúndio com verbos de ação que não necessitam da noção de continuidade que o gerúndio expressa, por especificarem ações rápidas e pontuais.

Além disso, é desnecessário o uso do gerúndio para substituir o Futuro do Presente.

Ex.: Vou estar transferindo sua ligação. (errado)
       Vou transferir sua ligação. (correto)

       Vou estar aguardando sua chamada. (errado)
       Vou aguardar sua chamada. (correto)

       Vou estar enviando o livro pelo correio. (errado)
       Vou enviar o livro pelo correio. (correto)

       Vou estar confirmando seu pedido. (errado)
       Vou confirmar seu pedido. (correto)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O correto é “vou me esforçar” ou “vou se esforçar”?



Entrevistas com jogadores e técnicos de futebol dão um bom material para se trabalhar a língua portuguesa.
Outro dia, assistindo a uma entrevista, ouvi a seguinte frase do jogador, falando sobre o seu desempenho: “(...) vou se esforçar mais (...)”.
Afinal: o correto é “vou me esforçar” ou “vou se esforçar”?  

Tanto o pronome “me” quanto o pronome “se” (ou “si”) são pronomes pessoais do caso oblíquo.

A principal diferença entre os pronomes retos e oblíquos é que os pronomes retos (eu, tu, eles etc.) funcionam, geralmente, como sujeitos da oração, enquanto os pronomes oblíquos (me, mim, se, si, te, ti etc.) funcionam como objetos ou complementos.

A diferença entre “me” e “se” é que o primeiro é utilizado para a primeira pessoa do singular, enquanto o segundo é utilizado para a terceira pessoa.

Ex.: Eu vou “me” esforçar mais. (eu – 1ª pessoa do singular)
       Ele vai se esforçar mais. (ele – 3ª pessoa do singular)

Ou seja: quando se referir a você mesmo, utilize “me”; quando se referir a outra pessoa, utilize “se”.

No caso do jogador, a frase correta deveria ser: “(...) vou “me” esforçar mais (...)”. 

 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O correto é “chego” ou “chegado”?

Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma para o particípio, como é o caso dos verbos salvar (salvado e salvo) e aceitar (aceitado e aceito), por exemplo.

Verbos como “chegar” não são abundantes, portanto, apresentam uma única forma para o particípio.

No caso do verbo “chegar”, a forma correta é “chegado”.

Ex.: Eu tinha “chegado” atrasado à festa.
       Eu tinha “chegado” cedo para a prova.

“Chego” é a forma utilizada para a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.

Ex.: Eu sempre “chego” cedo aos meus compromissos.

Obs.: o fato de utilizarmos a primeira pessoa do singular (eu) com o particípio, pode causar a confusão na hora de utilizar o verbo, já que a forma “chego” pertence à primeira pessoa.

Ex.: Eu tinha “chegado” atrasado à festa. (correto)
       Eu tinha “chego” atrasado à festa. (incorreto)
  

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Você já viu um “abantesma”?

Apesar de parecer um pouco estranha e de praticamente não ser usada, “abantesma” refere-se a uma ‘alma de outro mundo’, ou seja, um fantasma.
Outros nomes que são utilizados para referir-se a um fantasma:

- alma
- espírito
- espectro
- aparição
- visagem
- assombração

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

“Mim preparando” ou “me preparando”?

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Outro dia, recebi uma postagem no Facebook que dizia mais ou menos assim: “estou mim preparando para jogar uma pelada...”.

O correto é “mim preparando” ou “me preparando”?

Ambos, “me” e “mim”, são pronomes pessoais do caso oblíquo e, em uma oração, têm a função sintática de objeto ou complemento.
A diferença entre eles é que o pronome “me” completa o sentido de um verbo sem a necessidade de preposição, ao passo que o pronome “mim” necessita de uma preposição para completar o sentido de um verbo.

Ex.: João deu o livro para mim. (deu = verbo; para = preposição; mim = pronome oblíquo)

ou

João me deu o livro. (me = pronome oblíquo; deu = verbo)

Outro exemplo:

Maria pediu para mim.

Maria me pediu.

Nota:

1) o pronome “me”, geralmente, vem antes do verbo (me pediu, me deu, me falou). Quando vem depois do verbo, utiliza-se ‘hífen’ (pediu-me, deu-me, falou-me).

2) o pronome “mim”, é utilizado depois do verbo, antecedido por preposição (pediu a mim, pediu para mim, deu a mim, deu para mim etc.).
      
Desta forma, a construção correta da frase citada no início seria:

“estou me preparando para jogar uma pelada...”

ou

“estou preparando-me para jogar uma pelada...”


sábado, 3 de agosto de 2013

Por que as pessoas não pronunciam o “erre” dos verbos no infinitivo?

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Ultimamente, temos presenciado uma situação que vem se tornando cada vez mais frequente na língua portuguesa: a eliminação da letra “erre” (-r) nos verbos infinitivos.
Na Língua Portuguesa temos três conjugações que se agrupam em conformidade com a terminação do infinitivo:

- verbos da 1ª conjugação, terminados em –ar: cantar, dançar, falar.
- verbos da 2ª conjugação, terminados em –er: beber, comer, correr.
- verbos da 3ª conjugação, terminados em –ir: sair, partir, cair.

Obs.: o verbo “pôr” pertence à 2ª conjugação, uma vez que sua origem latina era “poer” (daí temos poedeira, poente etc.).

O infinitivo é uma das ‘formas nominais’ do verbo, e é usado quando queremos indicar algo de modo vago, impreciso, impessoal. Virá acompanhado de um verbo auxiliar.

Ex: João vai plantar feijão. (vai: verbo auxiliar; plantar: verbo no infinitivo)
      Maria foi visitar uma amiga. (foi: verbo auxiliar; visitar: verbo no infinitivo)

Contudo, o que vemos atualmente é que as pessoas omitem esse “erre” no final do verbo.

Ex.: João vai planta. (pronuncia-se plantá)
       Pedro foi bebe. (pronuncia-se bebê)
       Maria vai come. (pronuncia-se comê)
       Ana vai sai. (pronuncia-se saí)

Mesmo em casos em que não ocorre um verbo, isso acontece. Outro dia, no Facebook, alguém queria saber qual seria o “placa” de um jogo. No caso, ele queria mesmo era saber qual seria o “placar” do jogo. “Placa” é um instrumento de sinalização utilizado no trânsito e em lojas, por exemplo. “Placar” é o resultado de um evento esportivo.

Vemos esse equívoco ser utilizado tanto na linguagem oral quanto escrita. Portanto, cuidado quando pronunciar ou escrever palavras que terminem em –r. Na linguagem oral, muitas vezes soa estranho; na escrita, pode causar confusão para quem lê.
      

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Por que as pessoas dizem “a gente vamos”?

Um dos “vícios” de linguagem que costumamos presenciar é o uso de “a gente vamos” no lugar de “nós vamos” ou “a gente vai”, que seriam as formas corretas.

A expressão “a gente” é singular, portanto, devemos utilizar o verbo que a acompanha sempre no singular: a gente vai, a gente foi, a gente comeu, a gente falou etc.

Então, por que as pessoas utilizam “a gente vamos”, “a gente fomos”, “a gente comemos”, “a gente falamos”?

A expressão “a gente”, embora seja singular, dá a ideia de plural. “A gente” é utilizado para indicar que a ação foi feita por “eu + alguém”. As pessoas, então, raciocinam que, se “a gente” substitui “eu + alguém”, “a gente” se refere ao pronome “nós”. E na conjugação dos verbos acima citados, dizemos “nós vamos”, “nós fomos”, “nós comemos”, “nós falamos”. Logo, a substituição é feita automaticamente: “a gente vamos” etc.

O raciocínio utilizado está correto, só que, para a gramática, como “a gente” é singular, o correto é “a gente vai”.

Portanto, quando for utilizar uma destas expressões, lembre-se que “a gente” é singular e, desta forma, os verbos que a acompanham ficarão no singular.         


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Sujeito oculto e sujeito indeterminado

É muito comum as pessoas confundirem sujeito oculto com sujeito indeterminado, mas são situações que, embora possam parecer a mesma coisa, em alguns casos, são situações bem diferentes. 

Sujeito oculto ocorre quando o sujeito não aparece na oração, mas podemos facilmente reconhecê-lo.

Ex.: Fiz minhas tarefas. (sujeito: EU)
      Viajou ontem à noite. (sujeito ELE / ELA) 
       Dormiste até tarde. (sujeito: TU)

O sujeito oculto também recebe o nome de “elíptico”. Utilizamos para evitar repetições, quando o sujeito está expresso na primeira oração e oculto na segunda. 

Ex.: Eu cheguei em casa mais cedo e fui logo dormir. (sujeito EU, expresso na primeira oração e elíptico na segunda) 
“Eu” cheguei em casa mais cedo e “eu” fui logo dormir. 

Já o sujeito indeterminado ocorre quando não podemos identificar o sujeito na oração. Na língua portuguesa, existem três modos de se assinalar o sujeito indeterminado.

a) verbo na 3ª pessoa do plural, sem nenhuma referência a qualquer agente já referido nas orações anteriores. 

Ex.: Tocaram a campainha insistentemente. 
       Prenderam o bandido.

Obs.: os verbos encontram-se na terceira pessoa do plural (eles), portanto, indeterminados). 

b) verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome “se” (neste caso, o “se” é índice de indeterminação do sujeito).

Ex.: Aluga-se quarto.
       Ensina-se português. 

Obs.: os verbos encontram-se na terceira pessoa do singular (ele), acompanhado do índice de indeterminação do sujeito (se)).

c) verbo no infinitivo impessoal.

Ex.: É preciso votar nos candidatos honestos.
       É difícil passar em matemática. 


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Cartazes de manifestações escorregam no português III

Recentemente, em diversas cidades do Brasil, vimos o povo sair às ruas para protestar contra diversos problemas enfrentados pelo nosso país. As manifestações são genuínas, atos de um povo que reconhece seus direitos e deveres e exercita, democraticamente, seus direitos políticos.
Entretanto, alguns dos cartazes levados às ruas deixaram a desejar em relação à língua portuguesa.

Vejamos alguns exemplos, com as devidas correções:




1- Neste cartaz, o erro encontra-se na ausência do plural em algumas palavras. O correto seria: “Caso fiquem doentes, desabrigados ou com fome, vão para o Maracanã.”.      




2- Aqui, temos dois erros. Imprensa é com “s” em vez de “ç”; a palavra “fotografo” existe e refere-se à primeira pessoa do singular no presente do indicativo: “eu fotografo”. Porém, no caso do cartaz, refere-se ao profissional que trabalha com fotografia, portanto, um fotógrafo.    



3- Neste cartaz também encontramos dois erros: após a palavra “seleção”, o correto seria utilizar a ‘vírgula’, e não o ‘ponto’, pois o segundo período é uma continuação do período anterior. O outro erro está no uso da palavra “mais”. O correto, neste caso, seria “mas”, que tem o sentido de porém, entretanto, todavia. A frase ficaria assim: Este protesto não é contra a seleção, mas sim contra a corrupção.   

Nos próximos dias, exibiremos mais exemplos.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Cartazes de manifestações escorregam no português II

Recentemente, em diversas cidades do Brasil, vimos o povo sair às ruas para protestar contra diversos problemas enfrentados pelo nosso país. As manifestações são genuínas, atos de um povo que reconhece seus direitos e deveres e exercita, democraticamente, seus direitos políticos.
Entretanto, alguns dos cartazes levados às ruas deixaram a desejar em relação à língua portuguesa.

Vejamos alguns exemplos, com as devidas correções:



1- No primeiro cartaz, o correto seria: “Ela investe em bola e corrupção. Falta escola, saúde e educação”. “Investi” é o passado do verbo investir: “Eu investi meu dinheiro em aplicações”.

No segundo cartaz, o correto seria: “Feliciano, a gente não te esqueceu”. Feliciano é um vocativo (um chamamento), e deve ser separado por vírgula. Já o termo “agente”, como está no cartaz, refere-se a uma pessoa que atua em uma agência (agente de saúde, agente de polícia etc.). O termo “a gente”, embora seja singular, refere-se a “nós” (a gente = eu + alguém).      



2- Aqui, o erro encontra-se no uso do “mais”. O correto seria: “Eu queria me formar, casar, ter filhos e ser feliz... mas a violência de São Paulo arrancou isso de mim”. “Mas” é igual a porém, entretanto, todavia; “mais” indica acréscimo. A vírgula depois de “filhos” também é desnecessária, já que foi colocado o conectivo “e”. 



3- O erro da frase está no uso do verbo “acordar” no singular, já que o verbo refere-se a “disparos”, que está no plural. O correto seria: “Foram os disparos em São Paulo que acordaram o povo em todo o Brasil!”.

Nos próximos dias, exibiremos mais exemplos.

Cartazes de manifestações escorregam no português

Recentemente, em diversas cidades do Brasil, vimos o povo sair às ruas para protestar contra diversos problemas enfrentados pelo nosso país. As manifestações são genuínas, atos de um povo que reconhece seus direitos e deveres e exercita, democraticamente, seus direitos políticos.
Entretanto, alguns dos cartazes levados às ruas deixaram a desejar em relação à língua portuguesa.


Vejamos alguns exemplos, com as devidas correções:




1- Este cartaz, de maneira irônica, protestou contra a má qualidade da educação, e os erros apresentados foram propositais. Entretanto, vale a pena a correção: Nós viemos protestar por uma educação melhor, seria o correto.  


2- Aqui, o erro encontra-se no uso da crase. O correto seria: O governo deve estar a serviço das necessidades do povo



3- O único erro na frase está no uso do “porque” junto. Já que se está fazendo uma pergunta, o correto seria o “por que” separado. Se é perigoso ficar sem cinto no carro, por que temos que andar em pé no ônibus?

Nos próximos dias, exibiremos mais exemplos.


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Faz diferença escrever palavras com letras maiúsculas ou minúsculas?

É muito comum, principalmente nas redes sociais, vermos as pessoas escrevendo todas as palavras com letras minúsculas. Em alguns casos, isso não faz diferença. Em frases como 

“joão é meu amigo.”

Embora “joão”, por ser um nome próprio, devesse ser escrito com letra maiúscula, não há dúvida de que representa o nome de uma pessoa do sexo masculino. 
Porém, em outras frases, isso poderá gerar dúvidas e confusões. Neste caso, escrever com letra maiúscula ou minúscula fará diferença. Por exemplo, se alguém escrever a seguinte frase:

“Vi no jornal hoje que a presidente vetou o aumento.”

entenderemos que a pessoa viu a notícia no jornal, no dia de hoje. 
Entretanto, se a mesma frase for escrita assim: 

“Vi no jornal Hoje que a presidente vetou o aumento.”

entenderemos que a pessoa viu a notícia em um telejornal chamado “Hoje”, exibido pela TV Globo.
Neste caso, a diferenciação entre maiúscula e minúscula ajudará a entender melhor a frase.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Qual a função da expressão “filho da mãe” em uma frase?

É comum ouvirmos frases do tipo “Aquele filho da mãe me enganou” ou “Não quero ver mais aquele filho da mãe”. Nestes casos, qual a função da expressão “filho da mãe” (ou similares) nas frases? Depende do caso.
Se a frase for:

"Conheci um político filho da mãe". – “filho da mãe” é adjunto adnominal. O adjunto adnominal caracteriza ou determina o substantivo. Neste caso, o substantivo “político” está sendo caracterizado como sendo um “filho da mãe”. 

"Aquele político é um filho da mãe". – “filho da mãe” é predicativo. “Aquele político” é sujeito; “é”, verbo de ligação; “um filho da mãe”, predicativo do sujeito. 

"Esse filho da mãe é político". – “filho da mãe” é sujeito. Se “perguntarmos” ao verbo “quem é político?”, a resposta é “Esse filho da mãe”, portanto, sujeito. 

Se alguém aponta uma arma para o político e diz: "Agora nega o roubo, filho da mãe!" - “filho da mãe” é vocativo. Vocativo é um termo que chama ou interpela a pessoa, animal ou coisa personificada a que nos dirigimos. “Filho da mãe” é a maneira de interpelar, chamar o político. 

"O ex-ministro..., aquele filho da mãe, desviou o dinheiro do INSS" - “filho da mãe” é aposto. O aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. “Filho da mãe” demonstra o conceito que se tem do ministro, explicando que ele é um “filho da mãe”.



terça-feira, 18 de junho de 2013

Assassinando a Língua Portuguesa V

Em diversos lugares do Brasil, vemos a Língua Portuguesa ser maltratada. Alguns ‘erros’ podem até ser considerados ‘aceitáveis’, mas outros são extremamente absurdos para serem aceitos. E, depois, vemos os comerciais do Governo mostrando-nos a “excelência” da educação que vem sendo realizada.
Vejamos mais alguns exemplos tirados de placas, faixas etc., espalhados pelo Brasil, com as devidas correções.
1- Carne com toucinho; pizza (pizza, tá desculpado, já que é uma palavra de origem italiana; mas carne e toucinho...) 



2- É fácil falar de mim, difícil é fazer o que eu faço (é difícil mesmo!)


3- Luciana depilação. Cantinho e axilas (se depila tão mal quanto escreve...)


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Assassinando a Língua Portuguesa IV

Em diversos lugares do Brasil, vemos a Língua Portuguesa ser maltratada. Alguns ‘erros’ podem até ser considerados ‘aceitáveis’, mas outros são extremamente absurdos para serem aceitos. E, depois, vemos os comerciais do Governo mostrando-nos a “excelência” da educação que vem sendo realizada.
Vejamos mais alguns exemplos tirados de placas, faixas etc., espalhados pelo Brasil, com as devidas correções.
1- Vende-se cachorros poodles (o erro em poodles, tudo bem, já que é uma palavra americana; mas cachorro, não)



2- Milho verde, diversos sabores


3- Formandos: esperávamos por vocês (coitados dos formandos!!!)


Nos próximos dias, exibiremos mais exemplos.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Assassinando a Língua Portuguesa III

Em diversos lugares do Brasil, vemos a Língua Portuguesa ser maltratada. Alguns ‘erros’ podem até ser considerados ‘aceitáveis’, mas outros são extremamente absurdos para serem aceitos. E, depois, vemos os comerciais do Governo mostrando-nos a “excelência” da educação que vem sendo realizada.
Vejamos mais alguns exemplos tirados de placas, faixas etc., espalhados pelo Brasil, com as devidas correções.
1- Hidrata e rejuvenesce


2- Teu problema é amor, perseguição, inveja, perturbação espiritual, saúde


3- Bravo, mas muito bravo (ao invés de “Marca Fila”, seria “Raça Fila”)


Nos próximos dias, exibiremos mais exemplos.