sábado, 29 de dezembro de 2012

“Tráfego” ou “tráfico”?


As duas formas estão corretas, porém, possuem significados diferentes.
“Tráfego” refere-se a trânsito de veículos, transporte. Já “tráfico” refere-se a um negócio ilícito, comércio.

Ex.: O “tráfego” no centro está cada vez mais caótico. (o trânsito)
       O “tráfico” de drogas é uma triste realidade no país. (comércio ilegal)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Alguns exemplos do uso da vírgula (6)

Utiliza-se a vírgula após o vocativo.

Ex.: Meus amigos, precisamos resolver isso com calma.
         vocativo

Caso queiramos dar ênfase ao vocativo, pode-se utilizar o ponto de exclamação no lugar da vírgula.

Ex.:Pai! por que me abandonaste?
    vocativo

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Alguns exemplos do uso da vírgula (5)

Utiliza-se a vírgula quando se omite uma palavra (geralmente o verbo).

Ex.: Ele torce para o Fluminense e eu, para o Botafogo.

Sem a omissão, a frase seria: Ele torce para o Fluminense e eu torço para o Botafogo.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Alguns exemplos do uso da vírgula (4)

As expressões “porém”, “contudo”, “entretanto”, “no entanto” etc., quando vierem intercaladas na frase, serão colocadas entre vírgulas.

Ex.: Queria ter ido à sua festa, porém, tive que viajar.
       A sua atitude, no entanto, deixou-nos constrangidos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Alguns exemplos do uso da vírgula (3)


Coloca-se a vírgula quando utilizamos expressões de caráter “explicativo” ou “corretivo”.

Ex.: A sua atitude, isto é, o seu comportamento na festa foi inaceitável. (“isto é” é uma expressão explicativa).

      Virei visitá-lo amanhã, ou melhor, depois de amanhã. (“ou melhor” é uma expressão corretiva).

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Alguns exemplos do uso da vírgula (2)


Não se deve separar o “sujeito” da oração e o “verbo”.

Ex.: Mário, leu um livro. (incorreto)
       Mário leu um livro. (correto)

O “sujeito” pode ser separado do “verbo” caso optemos por inserir uma explicação adicional sobre quem estamos falando.

Ex.: Mário, que gosta de se manter informado, leu um livro.

* “que gosta de se manter informado” é uma explicação adicional, portanto, vem entre vírgulas.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Alguns exemplos do uso da vírgula (1)


A vírgula é utilizada quando desejamos efetuar uma pausa no que estamos dizendo, porém, não deverá ser utilizada aleatoriamente. Aqui vão algumas dicas de como utilizar corretamente a vírgula.
Em português, a ordem normal dos termos de uma frase é a seguinte:

sujeito + verbo + complementos do verbo + adjuntos adverbiais

Quando os termos da oração se apresentam nesta ordem, a frase está escrita na ordem direta, não se separando seus elementos (sujeito e verbo, verbo e seu complemento etc.).

Ex.: Os alunos estudaram o assunto da prova com afinco.
          sujeito      verbo           obj. direto          adj. adv.

Quando há uma alteração na ordem direta, passamos a ter a ordem indireta. Neste caso, o termo deslocado receberá vírgula.

Ex.: Com afinco, os alunos estudaram o assunto da prova.
         adj. adv.       sujeito      verbo          obj. direto

      Os alunos estudaram, com afinco, o assunto da prova.
         sujeito       verbo       adj. adv.         obj. direto

* Nos próximos dias, iremos exemplificar em quais casos se utiliza a vírgula e em quais casos ela não é utilizada.

sábado, 15 de dezembro de 2012

“Delatar” ou “dilatar”?


“Delatar” possui o significado de acusar, denunciar. “Dilatar” tem o sentido de estender, adiar, alargar.

Ex.: O bandido “delatou” o comparsa para a polícia.
       O professor “dilatou” o prazo para a entrega dos trabalhos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

“Original” ou “originário”?


Embora, muitas vezes, estas duas palavras sejam utilizadas como sinônimos, possuem significados diferentes.
“Original” tem o sentido de algo próprio, que não foi copiado, inicial. “Originário” possui o sentido de oriundo de, que provém de, primitivo.

Ex.: Carlos escreveu um livro “original”.
       Paula é “originária” da Espanha.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

“Incerto” ou “inserto”?


As duas palavras existem, mas são utilizadas com sentidos diferentes.

“Incerto” significa duvidoso, impreciso, desconhecido.

Ex.: Seu destino é “incerto”.

“Inserto” significa introduzido, colocado, inserido.

Ex.: Seu nome foi “inserto” na lista dos convidados.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

“Por causa de” ou “por causa que”?


“Por causa que” ou “por causa de que”, apesar de serem utilizadas com frequência na linguagem coloquial, não existem. O correto é “por causa de”.

Ex.: Não saí de casa “por causa da” chuva. (por causa de a chuva)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

“Ter de” ou “ter que”?


As duas formas estão corretas, porém, devem ser utilizadas em situações diferentes.
“Ter de” indica uma situação obrigatória, enquanto “ter que” indica uma situação de opcionalidade.

Ex.: “Tenho de” ir à audiência. (sou obrigado a ir)
       “Tenho que” jogar bola com meus amigos. (opcional. Posso decidir não ir)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“Recorde” ou “record”?


“Record” é uma palavra de origem inglesa. Em português, deve-se utilizar a palavra “recorde”. “Recorde” é paroxítona, e o plural é “recordes”.

Ex.: O corredor bateu o seu próprio “recorde” de medalhas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Qual a pronúncia correta de “inexorável”?


A palavra “inexorável” tem o sentido de rígido, implacável. Normalmente, ela é pronunciada como “inecsorável”, com o “X” soando como “CS”. No entanto, a pronúncia correta é “inezorável”, com o “X” soando como “Z”.

Ex.: O tempo é inexorável para com os seres humanos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“Estupro” ou “estrupo”?


A palavra “estrupo”, apesar de ser muito utilizada na linguagem coloquial, não existe. O correto é “estupro”.

Ex.: A garota foi vítima de “estupro”.

Ela foi “estuprada” pelo bandido.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

“Tão pouco” ou “tampouco”?


Embora encontremos as duas formas sendo utilizadas com o mesmo sentido, é importante termos em mente uma distinção entre elas, para uma maior clareza ao falarmos ou escrevermos.
“Tão pouco” tem o mesmo sentido de “muito pouco”. “Tampouco” tem o sentido de “também não”.

Ex.: Não sei como ele consegue viver ganhando “tão pouco”.

       O aluno não estudou e “tampouco” fez as provas.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

“Reivindicação” ou “reinvindicação”?


Apesar de a ouvirmos com frequência, a palavra “reinvindicação” não existe. O correto é “reivindicação”.

Ex.: A “reivindicação” dos trabalhadores era por melhores condições de trabalho.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

“Retificar” ou “ratificar”?


Ambas as formas estão corretas, variando, apenas, sua utilização.

Retificar significa corrigir.
Ex.: Eles tiveram que retificar a informação.

Ratificar significa confirmar, comprovar.
Ex.: A teoria foi ratificada pelos cientistas.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

“Impresso” ou “imprimido”?


Apesar de a maioria das pessoas utilizar apenas a forma “impresso”, ambas estão corretas. “Imprimido” e “impresso” são formas do particípio do verbo “imprimir”, sendo indiferente utilizar uma ou outra quando utilizarmos esta forma.

Ex.: Esse livro foi impresso no mês passado.
                            ou
       Esse livro foi imprimido no mês passado.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

“A gente vai” ou “A gente vamos”?


Esta expressão causa muita confusão entre os falantes do português. Como a expressão “a gente” dá ideia de plural – “a gente” inclui o falante e mais alguém, portanto, refere-se ao pronome pessoal “nós” – muitas pessoas dizem “a gente vamos”, “a gente fomos”, “a gente viemos”.
Porém, a expressão “a gente” é singular, portanto deverá ser utilizada com o verbo no singular. O correto, então, seria dizer: “a gente vai”, “a gente foi”, “a gente veio”.
As formas ‘vamos’, ‘fomos’ e ‘viemos’ deverão ser utilizadas se, ao invés da expressão “a gente’, for utilizado o pronome pessoal “nós”: “nós vamos”, “nós fomos”, “nós viemos”.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Qual o plural de Brasil?


O plural de Brasil é Brasis.
Palavras terminadas em “il” fazem o plural da seguinte maneira:

a) Palavras oxítonas: a terminação “il” vira “is”.
Ex.: anil - anis; funil - funis; canil - canis; Brasil - Brasis.

b) Palavras paroxítonas: a terminação “il” vira “eis”.
Ex.: fóssil - fósseis; réptil - répteis; ágil - ágeis; projétil - projéteis.

sábado, 15 de setembro de 2012

“Teus olhos” ou “seus olhos”?


Depende.
No discurso, temos três tipos de pessoa: quem fala (eu / nós), para quem se fala (tu / vós), de quem se fala (ele / ela / eles / elas).
Os pronomes teu, tua, contigo etc., referem-se a segunda pessoa do singular: tu.
Os pronomes seu, sua, consigo etc., referem-se a terceira pessoa do singular: ele / ela.
Se você estiver se referindo aos olhos da pessoa com quem você está falando, o correto é “teus olhos”; se você estiver se referindo aos olhos de uma terceira pessoa (de quem você está falando), o correto é “seus olhos” Atualmente, tem-se tornado comum o uso de seu/sua no lugar de teu/tua, como se ambos fossem sinônimos, o que é um erro. Portanto, para uma maior correção, prefira utilizar os pronomes de acordo com a norma exposta acima.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

QUE ou QUÊ?


A palavra QUE pode ser classificada de várias formas, sendo advérbio, conjunção, interjeição, preposição, pronome, substantivo.

QUÊ será acentuada quando for interjeição, vier em final de frases ou for substantivo.

1. Quando for interjeição: nesse caso, exprimirá espanto, admiração etc. Virá sempre acentuada e seguida de exclamação.
Ex.: Quê! Você já chegou?
O quê! Ele fez isso?

Obs.: Quando QUE não vier no final da interjeição, não será acentuada.
Ex.: Que calor!

2. Quando vier em final de frases, seguida por ponto (final, interrogação ou exclamação) ou reticências:
Ex.: Você veio fazer o quê?
Você está rindo de quê?

3. Quando for substantivo, tendo o sentido de alguma coisa, qualquer coisa, etc. Geralmente virá precedido de um artigo ou numeral:
Ex.: Sinto um quê de insatisfação de sua parte.

QUÊ não será acentuado quando for advérbio, conjunção, partícula expletiva, preposição.

1. Quando for advérbio, equivalendo a quão. Se ligará a um adjetivo ou advérbio;
Ex.: Que longe é sua casa!
Que bom encontrá-lo!

2. Quando for conjunção coordenativa (liga orações sintaticamente independentes).
2.1. Equivale a e nas aditivas: As folhas caem que (e) caem.
2.2. Equivale a ou... ou, nas alternativas: Que (ou) chova, que (ou) faça sol, irei à praia.
2.3. Equivale a mas nas adversativas: Repreenda-os, que (mas) não a mim.
2.4. Equivale a porque nas explicativas: Vamos embora, que (porque) está tarde.

3. Quando for partícula de realce ou expletiva. A partícula expletiva é usada apenas para realçar algo. Pode ser retirada da frase, sem que altere o sentido ou a função dos demais elementos da oração.
Ex.: Quase que não consigo viajar. (Quase não consigo viajar.)

4. Quando for pronome. Divide-se em:
4.1. Pronome adjetivo (acompanha o substantivo): Que horas são?
4.2. Pronome substantivo indefinido ou interrogativo (equivale a que coisa): Que (coisa) aconteceu?

5. Quando for preposição. Nesse caso, equivalerá a de ou ligará dois verbos de uma locução verbal, cujo verbo auxiliar é ter.
Ex.: Antes que (de) tudo, precisamos comprar as passagens.
Tenho que (de) terminar este trabalho.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

“Através” ou “por meio de”?


É muito comum ouvirmos frases do tipo: “Consegui o emprego através de meu cunhado” ou “Consegui os ingressos através de meu primo”.
Atualmente, através é utilizada com o sentido de ‘por meio de’, como nos exemplos acima.

Através tem o significado de ‘transversalmente, de lado a lado’.
Deve ser usado com o sentido de ‘pelo interior de’. Ex.: Ele caminhou através da floresta.
Também pode ser usado no sentido de ‘no decorrer de’. Ex.: “A encenação da Paixão de Cristo é uma tradição que permanece através dos anos”.
Também possui o sentido de ‘por entre’. Ex.: Vi Cristina através da cortina.

Assim, apesar de não ser considerado incorreto, prefira a expressão por meio de quando se referir a pessoas. Dessa forma, teríamos as seguintes frases:

“Consegui o emprego por meio de (ou por intermédio de) meu cunhado”.
“Consegui os ingressos por meio de (ou por intermédio de) meu primo”.

sábado, 11 de agosto de 2012

Uso do Pretérito Perfeito, Pretérito Imperfeito e Pretérito Mais-Que-Perfeito


É muito comum alguns professores dizerem aos alunos que o tempo passado se divide em pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito, mas não explicarem o uso correto de cada tempo, limitando-se a fazer com que os alunos apenas decorem as conjugações de cada um.




· O Pretérito Perfeito é utilizado para indicar uma ação já concluída.

Ex.: João chegou de viagem.


· O Pretérito Imperfeito é utilizado para indicar uma ação não concluída, que dá uma ideia de continuidade.

Ex.: Ele sempre chegava atrasado.


· O Pretérito Mais-Que-Perfeito é utilizado para indicar uma ação que foi concluída antes de outra ação também já concluída.

Ex.: Quando eu cheguei (pretérito perfeito), ela já saíra (pretérito mais-que-perfeito).


Obs.: Atualmente, tem-se utilizado uma locução verbal em substituição ao pretérito mais-que-perfeito.

Ex.: Quando eu cheguei, ela já tinha saído.

domingo, 5 de agosto de 2012

A confusão entre os verbos “ver” e “vir”


Os verbos “ver” e “vir” causam muita confusão ao serem empregados no futuro do subjuntivo.

Observe os exemplos:

a) Quando você o vir, diga que quero falar com ele. (verbo ver)
b) Quando você vier, conversaremos. (verbo vir)

No primeiro caso, é muito comum ouvirmos a frase “Quando você o ver, diga que quero falar com ele”.

No Futuro do Subjuntivo, o verbo ver terá a seguinte conjugação: quando eu vir, quando tu vires, quando ele/ela vir, quando nós virmos, quando vós virdes, quando eles/elas virem.
Já o verbo vir será conjugado da seguinte forma: quando eu vier, quando tu vieres, quando ele/ela vier, quando nós viermos, quando vós vierdes, quando eles/elas vierem.

Observação: os verbos derivados de ver e vir seguem o mesmo modelo: rever, antever, intervir, convir, etc.

Também ocorrem dúvidas no uso dos verbos ver e vir no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo, já que ambos usam a mesma forma na 1ª pessoa do plural. Veja os exemplos abaixo:

a) Nós vimos porque queremos falar com você. (vir - presente do indicativo)
b) Nós vimos quando você chegou! (ver - pretérito perfeito do indicativo)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

O uso dos verbos no infinitivo


Os verbos dividem-se em três modos: indicativo, imperativo e subjuntivo. Entretanto, além desses três modos, temos também as formas nominais do verbo, que são o infinitivo, o gerúndio e o particípio. As formas nominais, simplesmente, enunciam um fato de maneira vaga, imprecisa ou impessoal.
No caso do infinitivo, os verbos apresentam três terminações diferentes: ar, er, ir, como em andar, vender, cair.

Ex.:

* Ele irá vender a casa. (não se sabe quando essa venda ocorrerá e nem para quem a casa será vendida).

* Tome cuidado para não cair! (não se sabe se a pessoa, realmente, irá cair, apenas existe essa possibilidade).

 
Obs.: atualmente, é muito comum as pessoas pronunciarem ou escreverem os verbos no infinitivo omitindo o “r” final. Nesse caso, as frases ficam assim:

Ele irá vende a casa. (pronuncia-se vendê)

Tome cuidado para não cai! (pronuncia-se caí)

* Todos os verbos no infinitivo terminam com a letra “r”: cair, comer, vender, plantar, beber, dormir etc.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

As ‘pérolas’ do futebol


O mundo do futebol rende diversas “pérolas” no tocante à língua portuguesa, tanto por parte dos jogadores e dos técnicos quanto por parte de alguns locutores e comentaristas. Eis algumas delas:

“O jogador entrou pra dentro da área”.

* ‘Entrar pra dentro’ é um pleonasmo. Bastaria dizer ‘entrou na área’.


“Eu entrei na área e se joguei”.

* Um jogador proferiu essa frase ao confessar que tentou cavar um pênalti. Mas, tirando a honestidade (que é louvável), ‘pisou na bola’ no que concerne à língua portuguesa. O pronome pessoal do caso oblíquo se refere-se à 3ª pessoa, tanto no singular quanto no plural. É utilizado quando nos referimos a uma outra pessoa, por exemplo, ‘Ele se jogou’. Quando nos referimos a nós mesmos, usamos o pronome pessoal do caso oblíquo me. Ex.: ‘Eu me joguei’.


“Conto com a assistência dos laterais e dos meia”.

* O certo seria: “conto com a assistência dos laterais e do meia” (se apenas um jogador fizer essa função) ou “conto com a assistência dos laterais e dos meias” (se dois ou mais jogadores fizerem essa função). A contração do (preposição de + artigo o) deverá concordar com o substantivo ao qual se refere.


“Bola meia que na frente da área”

* Frase proferida por um jogador em relação a uma bola que estaria posicionada mais ou menos na frente da área. Ele tentou fazer a concordância de ‘bola’, um substantivo feminino, com a palavra ‘meia’, usada também no feminino, segundo ele. Mas, no caso, a palavra correta seria meio, indicando uma provável posição da bola em campo. Meia indicaria metade, ou seja, apenas metade da bola estaria na frente da área. A frase correta seria “Bola meio que na frente da área”, ou seja, “Bola mais ou menos na frente da área”.


“A equipe ainda não foi definida pelo técnico”

* Geralmente, os repórteres esportivos utilizam essa frase quando o técnico de uma das equipes não libera a escalação do time. Porém, o verbo definir refere-se, de acordo com o Dicionário Houaiss, a “delimitar alguma coisa; estabelecer com precisão, determinar; explicar o sentido”. A equipe só seria definida se o técnico explicasse como ela é: quantos jogadores ela tem, a posição de cada um etc. Para esta frase, o correto seria utilizar o verbo escalar. Ex.: “A equipe ainda não foi escalada pelo técnico”.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dúvidas comuns da Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa apresenta algumas palavras e/ou situações que causam confusão entre os falantes da língua, sendo utilizadas de várias maneiras diferentes. Vejamos algumas delas.


O correto é cabeleireiro(a), e não cabelereiro(a).

O correto é caranguejo, e não carangueijo.

O correto é “Eu trouxe o livro”, e não “Eu truxe o livro”.

O correto é “A gente chegou” ou “Nós chegamos”, e não “A gente chegamos”. O termo “A gente” é singular.

O correto é “O menino” ou “Os meninos”, e não “Os menino”. Adjetivos, verbos e artigos acompanham o substantivo (no caso, menino). Se o substantivo estiver no plural, todos os termos citados acima vão para o plural; se o substantivo estiver no singular, todos os termos citados acima vão para o singular.

* Se você tiver dúvidas, mande um e-mail para chicospike@hotmail.com.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

“Rúbrica” ou “rubrica”?

A palavra rúbrica, apesar de ser amplamente utilizada, não existe. O correto é rubrica.

Ex.:
O diretor rubricou o memorando.
Coloque sua rubrica no final da página.

domingo, 24 de junho de 2012

Você está por dentro das mudanças ortográficas? – Hífen


A Língua Portuguesa sofreu algumas alterações que já estão em vigor. Porém, muitas pessoas ainda se atrapalham ao escrever.

A postagem de hoje refere-se ao uso do hífen.


Ø Quando a palavra iniciar pela letra ‘h’, utiliza-se hífen.

Ex.: anti-higiênico, proto-história, sobre-humano, super-homem, co-herdeiro


Exceção: subumano (a palavra humano perde o ‘h’).



Ø Quando a palavra iniciar por vogal diferente da vogal do prefixo, não se usa hífen.


Ex.: anteontem, antiaéreo, autoescola, coautor, infraestrutura, semianalfabeto


Obs.: o prefixo ‘co’ aglutina-se com a segunda palavra, mesmo quando esta iniciar com ‘o’: coordenar, cooperar, coobrigar



Ø Quando o prefixo termina em vogal e a palavra seguinte iniciar por letra diferente de ‘r’ ou ‘s’, não se utiliza hífen.


Ex.: anteprojeto, coprodução, geopolítica, microcomputador, semideus, ultramoderno


Obs.: com o prefixo ‘vice’, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-prefeito, vice-campeão



Ø Quando o prefixo termina em vogal e a palavra seguinte iniciar por ‘r’ ou ‘s’, não se utiliza hífen. Nesse caso, essas letras serão duplicadas.


Ex.: antirreligioso, antissocial, contrarregra, minissaia, ultrassom, neossimbolista



Ø Quando o prefixo termina em vogal, utiliza-se o hífen quando a palavra seguinte começar pela mesma vogal.


Ex.: anti-imperialista, anti-inflamatório, contra-ataque, micro-ondas, semi-internato



Ø Quando o prefixo termina em consoante, utiliza-se o hífen se a segunda palavra iniciar pela mesma consoante.


Ex.: hiper-requintado, inter-racial, super-romântico


Obs.:

1) nos demais casos não se usa o hífen: hipermercado, superproteção, intermunicial;

2) com o prefixo ‘sub’, usa-se o hífen também com palavras iniciadas por ‘r’: sub-região, sub-raça;

3) com os prefixos ‘circum’ e ‘pan’, usa-se o hífen diante de palavras iniciadas por ‘m’, ‘n’ e vogal: circum-navegação, pan-americano



Ø Quando o prefixo termina em consoante, não se usa o hífen se a segunda palavra começar por vogal.


Ex.: hiperativo, interestadual, superaquecimento, superinteressante




Ø Com os prefixos ‘ex’, ‘sem’, ‘além’, ‘aquém’, ‘recém’, ‘pós’, ‘pré’, ‘pró’, utiliza-se sempre o hífen.


Ex.: além-mar, além-túmulo, ex-aluno, pós-graduação, pré-história, recém-casado, sem-terra



Ø Utiliza-se o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani ‘açu’, ‘guaçu’ e ‘mirim’.


Ex.: capim-açu, anajá-mirim


Ø Utiliza-se o hífen com palavras que não formam propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.


Ex.: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo



Ø Não se utiliza o hífen com palavras que perderam a noção de composição.


Ex.: girassol, mandachuva, paraquedista, pontapé



Ø OBS.: para uma maior clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra coincidir com o hífen, deve-se repetir o hífen na linha seguinte.


Ex.: Durante as festividades na escola, o diretor recebeu os ex-

-alunos.

sábado, 9 de junho de 2012

Você está por dentro das mudanças ortográficas? – Hiatos “oo” e “ee”


A Língua Portuguesa sofreu algumas alterações que já estão em vigor. Porém, muitas pessoas ainda se atrapalham ao escrever.
A postagem de hoje refere-se aos hiatos “oo” e “ee”.

Hiatos “oo” e “ee”:

Os hiatos formados por “oo” e “ee” não recebem mais o acento circunflexo (^).

Ex.:
                     regra antiga                                regra atual

                         enjôo                                         enjoo
                           vôo                                            voo
                       abençôo                                     abençoo
                        crêem                                         creem
                         dêem                                          deem
                          lêem                                           leem
                         vêem                                           veem

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Você está por dentro das mudanças ortográficas? – Trema


A Língua Portuguesa sofreu algumas alterações que já estão em vigor. Porém, muitas pessoas ainda se atrapalham ao escrever.
A postagem de hoje refere-se ao Trema.

Trema:

O trema era um sinal gráfico de dois pontos usado em cima da letra u para indicar que essa letra era pronunciada nos grupos que, qui, gue e gui.
A partir da reforma ortográfica, o trema deixa de existir, mas sua omissão não altera a pronúncia das palavras nas quais era usado, que continua a ser a mesma.   

Ex.:
                
              regra antiga                  regra atual

                        agüentar                                 aguentar
                        eloqüente                               eloquente
                        freqüente                                frequente
                        lingüiça                                    linguiça
                        seqüestro                                sequestro
                        tranqüilo                                 tranquilo


Obs.: o trema permanecerá a ser utilizado em nomes próprios ou palavras estrangeiras que apresentem esse sinal, e seus derivados.

Ex.: Führer, Müller, mülleriano

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Você está por dentro das mudanças ortográficas? – Acento diferencial


A Língua Portuguesa sofreu algumas alterações que já estão em vigor. Porém, muitas pessoas ainda se atrapalham ao escrever.
A postagem anterior tratava das alterações ocorridas com o acento agudo. Esta postagem refere-se ao Acento Diferencial.

Acento diferencial:

O acento diferencial é utilizado para facilitar a identificação de palavras que possuem a mesma grafia. Era o caso de pára (forma verbal) e para (preposição).
Com as mudanças ortográficas, esses dois vocábulos não são mais acentuados.   

Exemplo de palavras que perderam o acento diferencial:
                
               regra antiga                                                    regra atual

pelo (preposição) / pêlo (subst. Masc.)                              pelo (preposição) / pelo (subst. Masc.)
péla (verbo pelar) / pela (prep. + artigo)                            pela (verbo pelar) / pela (prep. + artigo)
pólo (subst. Masc.) / polo (por + lo)                                    polo (subst. Masc.) / polo (por + lo)


Exceções:

Continuam recebendo o acento  diferencial:

pôr (verbo), diferenciando de por (preposição)
têm (forma plural do verbo Ter), diferenciando de tem (forma singular do verbo Ter)
vêm (forma plural do verbo Vir), diferenciando de vem (forma singular do verbo Vir)
pôde (passado do verbo Poder), diferenciando do pode (presente do verbo Poder)


Obs.: os verbos Reter e Intervir seguem a norma dos verbos Ter e Vir: retem / retêm -  intervem / intervêm.
Em fôrma, o acento é facultativo, podendo-se usar forma.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Você está por dentro das mudanças ortográficas? – Acento agudo


A Língua Portuguesa sofreu algumas alterações que já estão em vigor. Porém, muitas pessoas ainda se atrapalham ao escrever.
Para evitar isto, vamos postar, nos próximos dias, algumas destas alterações:

Acento agudo:

1. Ditongos abertos (ei / oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas.

Ex.:           regra antiga                     regra nova
                  assembléia                     assembléia
                     platéia                           platéia
                     heróico                          heroico

Obs.: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento permanece: herói, papéis, anéis.
No ditongo aberto ‘eu’, o acento permanece: céu, véu, chapéu.

2. Palavras paroxítonas que possuam ‘i’ e ‘u’ tônicos formando hiato (vogais pertencentes a duas sílabas diferentes) com a vogal anterior, quando esta faz parte de um ditongo, deixam de ser acentuadas.    

Ex.:           regra antiga                     regra nova
                     feiúra                              feiura
                     baiúca                            baiuca
                     boiúna                            boiúna

Obs.: As letras ‘i’ e ‘u’ continuarão a ser acentuadas se formarem hiato e caso a sílaba anterior não seja formada por um ditongo. Essa regra vale para palavras oxítonas e paroxítonas.

Ex.: baú, baús, saída, saúde, país, países.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

“Para onde” ou “para aonde”?


Qual o correto: “Para onde” ou “para aonde” você vai?

O correto “Para onde” você vai?

Não existe a forma “para aonde”, embora existe a forma “aonde” (que significa ‘ir a algum lugar’).

“Para onde” significa ‘ir para algum lugar’.

Veja os exemplos abaixo:

“Fortaleza é a cidade “aonde” ele vai nas férias.  
“Nova Iorque é cidade “para onde” ele foi transferido.

domingo, 27 de maio de 2012

A importância de se conhecer a língua portuguesa

Atualmente, os professores têm se mostrado estupefatos diante do desconhecimento dos alunos em, praticamente, todas as matérias e, principalmente, do desconhecimento das noções básicas da língua portuguesa. A dificuldade que os alunos têm para se expressar, tanto na escrita quanto de forma oral, é quase inacreditável. A escrita, principalmente, representa um problema sério para a maioria dos alunos. Frases sem sentido, erros gramaticais e de sintaxe e erros de pontuação são apenas alguns exemplos com os quais nos deparamos durante as aulas.
Atualmente, defende-se a noção de que devemos aceitar a linguagem trazida pelo aluno do seu ambiente social, muitas vezes um ambiente de total pobreza, tanto econômica quanto intelectual. Agir de outra forma seria discriminar o aluno.
É claro que o professor deve respeitar os limites de cada aluno. O “falar errado” é fruto de um ambiente que, muitas vezes, possui condições deploráveis de higiene, moradia, condições dignas de vida. A maioria das pessoas possui um nível de instrução baixo, e os alunos, antes de ir para a escola, aprendem os modos e o falar desse meio precário. Não vale a pena, aqui, entrar no mérito social, político ou econômico desta situação. O que interessa é que os alunos são expostos a este meio precário e trazem para a escola os conhecimentos aí adquiridos.
Porém, o que temos que ter em mente é que, se os professores têm de ser compreensivos com a condição precária do aluno, a Vida não será. Estes alunos de hoje serão os homens de amanhã, homens que irão batalhar por emprego, por moradia, por condições dignas de vida. E, para obter sucesso, estes homens terão que ter um mínimo de conhecimento, principalmente da língua portuguesa. Negar-lhes este conhecimento sim, é uma forma de discriminação.
Não desconhecemos que a educação sempre foi utilizada pela política para alcançar os seus próprios fins. E também não desconhecemos que um povo educado (e entenda-se, aqui, educação tanto no sentido de comportamento quanto de conhecimento), que tenha discernimento e entendimento das coisas que ocorrem ao seu redor, seriam um estorvo para a maioria dos políticos atuais. Por isso vemos o descaso com que a educação é tratada neste país, mesmo que tentem dar uma impressão contrária. Um povo inculto é muito mais fácil de ser manipulado, e por isso a educação não possui o reconhecimento que deveria ter.
Um povo que desconhece a sua própria língua pode ser mais facilmente manipulado pelo discurso “bonito” feito pelos políticos. As pessoas se empolgam com os gestos e com as palavras bonitas, porém incompreensíveis, e votam em alguém por achá-lo enérgico e atuante, sendo enroladas por promessas vazias que os políticos fazem, mesmo sabendo que não poderão cumpri-las. Além disso, quando forem procurar emprego, encontrarão dificuldades por não saberem se expressar e por não saberem interpretar o que lhes é comunicado, seja de forma oral ou escrita. Nenhuma empresa irá empregar alguém apenas por “bondade” ou por “espírito cristão”. Uma empresa não contratará alguém que poderá prejudicá-la por um erro em um documento importante ou por passar uma informação equivocada.
Exigir dos alunos – coisa que não tem sido feita nas escolas de hoje – iria torná-los cidadãos melhores e mais bem preparados para suas vidas futuras. Infelizmente, interesses alheios à verdadeira educação estão deturpando o conceito de escola e tornando a profissão de professor, considerada uma das mais nobres em alguns países, como a Coreia, desinteressante para os jovens de hoje, que veem a profissão de professor como uma ocupação a ser feita por alguém que não tem capacidade para fazer algo melhor – entenda-se, mais rentável. Assim, atualmente tem-se aceitado profissionais medíocres e desqualificados, pelo simples fato de não se encontrar bons profissionais que atendam à crescente demanda. Dessa forma, acabamos por ter profissionais medíocres formando alunos abaixo do que poderia—se considerar mediano.
Devemos repensar a profissão de professor, entendendo a nossa responsabilidade como formadores de uma geração mais preparada e qualificada, não só para ‘brigar’ por uma vaga de emprego, mas também para tentar fazer deste país um lugar melhor para se viver.                         

sábado, 19 de maio de 2012

Qual o correto: Nervo ótico ou nervo óptico?


Ótico é uma palavra de origem grega, relativa a ouvido (oto = ouvido – otite= inflamção do ouvido).

Óptico é uma palavra relativa à visão ou ao olho; ocular.

Assim, ótico deveria ser usado apenas para se referir ao ouvido, enquanto óptico deveria ser usado para se referir ao olho ou à visão. Porém, a palavra ótico passou a ser utilizada como uma variante de óptico (é ocaso de ótica, lugar onde vendem óculos), sendo utilizada também para se referir à visão.
Dessa forma, atualmente temos a palavra ótico sendo utilizada para se referir à visão ou ao ouvido, enquanto óptico é utilizada para referir apenas à visão ou ao olho.