segunda-feira, 29 de abril de 2013

Que ou qual? Qual devemos usar?

Observa-se, principalmente entre os alunos do Ensino Médio, o uso excessivo do pronome relativo “qual”, substituindo o pronome relativo “que”. Em relação a textos bem escritos, como alguns textos jornalísticos, por exemplo, não se observa esta substituição com tanta frequência, preferindo-se o uso do pronome “que”.

Geralmente, os alunos preferem utilizar o pronome “qual” e suas variantes (o qual, a qual, os quais, as quais) para ter certeza de que não errarão na concordância.

Os pronomes relativos substituem nomes já referidos anteriormente, permitindo unir duas orações em uma só.

Por exemplo, as duas orações abaixo:

“Em uma boa biblioteca não deverão faltar livros de qualidade. Os livros deverão ficar à disposição dos leitores”.

As duas orações podem ser transformadas em uma só

“Em uma boa biblioteca não deverão faltar livros de qualidade, “os quais” deverão ficar à disposição dos leitores”.

Como já dissemos acima, os alunos, geralmente, utilizam o pronome “qual” para ter certeza de que não errarão na concordância (o nome “livros” é substituído pelo pronome “os quais”, ficando ambos no masculino plural). Porém, em casos como este, o uso do pronome “que”, além de correto, é preferível.

“Em uma boa biblioteca não deverão faltar livros de qualidade, “que” deverão ficar à disposição dos leitores”.

Porém, em alguns casos, principalmente quando ocorre uma ambiguidade, deve-se utilizar o pronome “qual”.

Vejamos um exemplo:

Há alguns anos, a Unicamp propôs a seguinte questão no vestibular, perguntando se havia ambiguidade no texto e como essa ambiguidade poderia ser corrigida:

“E se os russos atacassem agora? – perguntou Judith Exner, uma das incontáveis amantes de Kennedy “que” mantinha simultaneamente um romance com o chefão mafioso Sam Giancana”.

Neste caso, o uso do “que” gera uma ambiguidade, pois não se sabe se quem mantinha um romance com o chefão mafioso era Judith Exner ou Kennedy. Essa ambiguidade pode ser eliminada utilizando-se o pronome “qual”.

“E se os russos atacassem agora? – perguntou Judith Exner, uma das incontáveis amantes de Kennedy “a qual” mantinha simultaneamente um romance com o chefão mafioso Sam Giancana”.

Neste caso, o uso de “a qual” elimina a dúvida sobre quem mantinha o romance com o mafioso. Se fosse Kennedy quem tivesse o romance, utilizaríamos “o qual”.

Nos demais casos, deve-se preferir o uso do pronome “que”.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A insistência de alguns jornalistas em chamar Dilma de “presidenta”

Muitos jornalistas, alguns que até parecem possuir grande conhecimento e erudição, insistem em chamar a “presidente” Dilma Roussef de “presidenta”. Essas pessoas demonstram que, ou não conhecem a Língua Portuguesa ou então se mostram mais preocupados em aderir a essa imbecilidade conhecida como “politicamente correto”.
A Língua Portuguesa classifica os substantivos em dois gêneros: masculino e feminino. Isso faz com que as pessoas cometam o erro de considerar que os gêneros masculino e feminino guardam estreita relação com os sexos masculino e feminino.
Por não possuir um gênero neutro, como algumas línguas possuem, entre elas o Latim, língua da qual a nossa evoluiu, todos os substantivos devem ser classificados em um dos dois gêneros existentes, mesmo aqueles que se referem a objetos inanimados, tais como vaso e Sol (ambos masculinos) e Lua e terra (ambos femininos).
Se analisarmos a língua portuguesa mais detidamente, perceberemos que várias palavras que, teoricamente, seriam masculinas, referem-se a substantivos femininos, e palavras que, teoricamente, seriam femininas, referem-se a substantivos masculinos. Um exemplo é a palavra “testemunha”, teoricamente feminina, mas que é utilizada para ambos os sexos. Ex.: Ela foi testemunha de defesa. / Ele foi testemunha de defesa. (e não ‘testemunho’).
No caso de “presidente”, podemos perceber que palavras que possuem o sufixo ‘ante’ e ‘ente’, por exemplo, referem-se àquele que faz alguma coisa. Exemplo: quem estuda é “estudante”, quem gerencia é “gerente”, quem comanda é “comandante”, e quem preside é “presidente”. Essas palavras são utilizadas tanto para o masculino quanto para o feminino, cabendo aos artigos masculino (o, os) e feminino (a, as) fazer a diferenciação. Ex.: O comandante / A comandante.
Assim, jamais teremos uma “estudanta”, uma “gerenta”, uma “comandanta”. Por que, então, devemos ter uma “presidenta”? Essa imbecilidade chamada ‘politicamente correto’ leva muitas pessoas a cometerem excessos, não apenas em relação à língua portuguesa, como também em outras áreas do conhecimento.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Devagarinho ou devagarzinho?

Se o vocábulo terminar em R, pospõe-se a ele, além do sufixo inho, a consoante de ligação Z.

Ex.: devagar - devagarzinho

*Apesar de o correto ser devagarzinho, o termo devagarinho tem sido amplamente utilizado.

Algumas regras para o uso do sufixo inho:

a) Com os monossílabos e palavras oxítonas, usa-se zinho: pezinho, heroizinho, bonzinho, barzinho etc.

b) Emprega-se ainda zinho com as proparoxítonas e com as paroxítonas terminadas em a, ão, ditongo e hiato: lampadazinha, camarazinha, sitiozinho, indiozinho.

c) Com as palavras paroxítonas, usa-se mais o prefixo inho, subsistindo zinho nos casos em que inho soaria pouco eufônico ou nas formas de origem erudita e literária: cavalinho, barquinho, gordinho, anjinho, casinha, filhinha etc.

d) Quando a palavra termina em z, s ou s + vogal, acrescenta-se a ela o sufixo inho: rapazinho, rosinha, princesinha, inglesinha etc.

sábado, 13 de abril de 2013

“Na frente”, “em frente” ou “à frente”?

As três locuções estão corretas, porém, possuem significados diferentes.

“Na frente” significa antes, anteriormente a.

Ex.: Vettel chegou “na frente de“ Felipe Massa.

“Em frente” significa defronte, perante, diante de, na presença de, adiante, além.

Ex.: Ele está “em frente” ao prédio.

Siga “em frente”.

“À frente” significa na dianteira, na vanguarda, na direção, no comando.

Ex.: Mauro está “à frente” da empreitada.

sábado, 6 de abril de 2013

Protestar ou pretextar

Ambas as palavras existem e estão corretas. Porém, apresentam significados diferentes.

“Protestar” significa realizar um protesto, uma queixa, uma reclamação.

Ex.: Várias pessoas irão “protestar” contra os altos gastos para a Copa do Mundo.

“Pretextar” significa usar algo como pretexto, como desculpa.

Ex.: Ele citou a doença de sua mãe como “pretexto” para suas faltas.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Entregado ou entregue

As duas formas estão corretas. Ambas são formas equivalentes do particípio do verbo “entregar”. “Entregado” é a forma do particípio regular e “entregue” é a forma do particípio irregular.

“Entregar” é um verbo abundante, isto é, verbos que apresentam duas ou mais formas em certos tempos, mais frequentemente no particípio.

Ex.: A mercadoria já foi “entregue”.
       A mercadoria já foi “entregada”.

Outros exemplos de verbos abundantes no particípio são:

Aceitar: aceitado, aceito                                    Gastar: gastado, gasto
Acender: acendido, aceso                                  Imprimir: imprimido, impresso
Anexar: anexado, anexo                                     Incluir: incluído, incluso
Eleger: elegido, eleito                                         Isentar: isentado, isento
Expelir: expelido, expulso                                  Limpar: limpado, limpo
Exprimir: exprimido, expresso                           Matar: matado, morto
Extinguir: extinguido, extinto                              Pagar: pagado, pago
Frigir: frigido, frito                                             Pegar: pegado, pego (ê) 
Ganhar: ganhado, ganho                                    Soltar: soltado, solto