terça-feira, 26 de novembro de 2013

Acento diferencial


Algumas palavras que possuem a mesma pronúncia e são escritas da mesma forma, recebiam o que se denominava “acento diferencial” para diferenciá-las de acordo com o emprego de cada uma.

Ex.: pára (verbo) / para (preposição)

Com a nova ortografia, deixou-se de usar o acento diferencial na maioria das palavras, mas manteve-se o acento em algumas delas.

pôde / pode, pôr / por

“Pôde” é a forma do passado do verbo “poder” (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular.
“Pode” é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Não sei como ele “pôde” fazer isso! (pretérito perfeito do indicativo)
       Ele “pode” sair mais cedo hoje. (presente do indicativo)

“Pôr” é verbo, enquanto “por” é preposição.

Ex.: Vou “pôr” o livro na estante.
       Este bolo foi feito “por” mim.

Obs.: os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” e “vir”, assim como de seus derivados (manter, deter, conter, convir, intervir etc.) continuam sendo utilizados.

Ex.: Ele “tem” dois celulares. / Eles “têm” dois celulares.
       Ele “vem” hoje à noite. / Eles “vêm” hoje à noite.
       Ela “mantém” a opinião. / Elas “mantêm” a opinião.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A importância da pontuação


Muitas pessoas – não apenas alunos dos Ensinos Fundamental e Médio – não dão importância à pontuação. Para muitos, usa-se algum tipo de pontuação quando o texto está ficando muito extenso ou, quando se está lendo, usa-se a pontuação para recuperar o fôlego.
Nada mais longe da verdade. A pontuação, na escrita, tem o mesmo efeito que as pausas e entonação, na oralidade. Na fala, usamos pausas para destacar pontos importantes, da mesma forma que usamos a entonação para transmitir determinadas ideias – uma pergunta ou uma afirmação, por exemplo.
Na escrita, o uso incorreto da pontuação pode gerar interpretações errôneas. Um bom exemplo é o texto que se segue.

Um homem estava morrendo e, como ainda não havia feito seu testamento, pediu papel e caneta para escrevê-lo. Sentindo a morte se aproximar, escreveu o texto rapidamente, mas morreu antes que pudesse colocar a pontuação correta. O texto ficou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres”.

A irmã, interessada na herança que o irmão deixaria, pontuou o texto assim:

“Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

O sobrinho, que não era bobo, pontuou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

O alfaiate, também interessado em receber algum, pontuou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres”.

Um dos pobres da cidade, pretendendo ficar menos pobre, pontuou assim:

“Deixo meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres”.

Como se vê, uma vírgula ou ponto fora de lugar faz bastante diferença para o sentido da frase. A pontuação segue uma ordem para manter a coerência de um texto. Usá-la de maneira aleatória, como vemos muitos fazerem, fará com que a ideia que se pretende comunicar adquira um outro significado.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O correto é “enterter” ou “entreter”?


Normalmente, ouvimos as pessoas utilizarem a palavra “enterter”.

Ex.: João “enterteve” as visitas.
      Vou “enterter” o bebê enquanto vocês saem.

Porém, a forma correta é “entreter”, que deriva de “entretenimento”, que significa diversão, distração.

“Entreter” pode ter o significado de: iludir, distrair, deter.

Ex.: O cúmplice “entreteve” o policial, enquanto os comparsas fugiam com o roubo.

“Entreter” também pode significar: ocupar, encher.

Ex.: Ele gostava de ler para “entreter” suas horas vagas.

“Entreter” pode ter o significado de: divertir, distrair(-se).

Ex.: Vou ao cinema para me “entreter” um pouco.

Ou seja, a forma “enterter” não existe. O correto é “entreter”.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A confusão dos parônimos


Parônimos são palavras diferentes, com significados diferentes, mas que possuem escrita e pronúncia semelhantes. Geralmente, diante de duas palavras que constituem um parônimo, ficamos em dúvida sobre o significado de cada uma delas. Vejamos alguns exemplos:

Aferir: conferir; comparar
Auferir: colher; obter ou receber vantagens

Alto: de grande extensão; elevado; grande
Auto: ato público; registro escrito de um ato; peça processual

Arrear: colocar arreios em (cavalgadura); encilhar, selar
Arriar: abaixar, descer

Cavaleiro: aquele que anda a cavalo
Cavalheiro: homem de boas maneiras, educado, gentil

Colidir: trombar, chocar
Coligir: colecionar. Reunir, juntar

Comprido: longo
Cumprido: realizado, executado

Delatar: denunciar, acusar
Dilatar: alargar, estender, retardar

Lista: relação, catálogo, rol
Listra: linha, risco, risca de cor diferente em um tecido

Ótico: relativo ao ouvido
Óptico: relativo à visão

Posar: fazer pose, servir de modelo
Pousar: descer ao solo, aterrisar

Ratificar: confirmar, comprovar, corroborar
Retificar: alterar, corrigir, consertar

Ruço: grisalho, desbotado; grave, insustentável
Russo: relativo à Rússia; nascido naquele país

Soar: emitir determinado som
Suar: transpirar