terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Maiores informações" ou "mais informações"

A expressão “para maiores informações”, embora seja utilizada com frequência, é inadequada. Uma informação não pode ser medida, portanto não pode ser maior ou menor. Você pode receber mais ou menos informação.

Portanto, em vez de:

Para maiores informações, ligue para...

Use:

Para mais informações, ligue para...

“De que” ou “que”

Se você disser Tenho certeza que não errarei mais, saiba que já errou, embora tivesse afirmado o contrário.

Quem tem certeza, tem certeza “de” alguma coisa. Portanto, o correto seria dizer:

Tenho certeza “de que” não errarei mais.

Há dez anos atrás?

"Há” e “atrás", na frase, indicam tempo passado. Neste caso, não há necessidade de usar os dois.

Ex.: Este fato aconteceu “há” dez anos “atrás”. (errado)

Use uma das opções abaixo:

Este fato aconteceu “há” dez anos.
Este fato aconteceu dez anos “atrás”.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Duzentas gramas ou duzentos gramas?

Grama, quando se refere a peso, é um substantivo masculino. Duzentos é um numeral e concorda com o substantivo.
Assim, quando se refere a peso, o correto é:

Comprei duzentos gramas de carne.
Comprei quatrocentos gramas de presunto.


A grama utilizada no jardim é um substantivo feminino.

Achar ou encontrar?

Embora sejam utilizadas como sinônimos, “achar” refere-se a algo que você procura e “encontrar” refere-se a algo que se lhe apresenta de repente.
Assim, se você perdeu uma carteira e a está procurando, o correto é:

“Achei a carteira que estava procurando” ou “Achei a carteira que havia perdido”.

Se você estiver andando pela rua e encontrar dez reais, o correto é:

“Encontrei dez reais na rua”.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

“Demais” ou “de mais”?

“De mais”, preposição e advérbio. Normalmente expressa a noção de quantidade, com significado aproximado de a mais e como oposto de de menos. Tem função adjetiva; acompanha substantivos ou palavras substantivadas.

Ex.: A seleção precisa “de mais” jogadores com qualidade.
A empresa precisa “de mais” funcionários.


“Demais”, como advérbio de intensidade, acentua o valor de verbo, adjetivo ou advérbio e significa muito, muitíssimo, extremamente, em demasia.

Ex.: A seleção brasileira jogou mal “demais”. - A seleção brasileira jogou “muito” mal.


“Demais”, como pronome indefinido, é quase sempre precedido de artigo e apresenta o significado de os outros, os restantes, os mais, além disso, de resto.

Ex. João e os “demais” já chegaram. - João e os outros já chegaram.

“Nenhum” ou “nem um”?

Veja os exemplos:
Nenhuma pessoa veio à festa.
Nem uma pessoa veio à festa.

As duas orações possuem o mesmo sentido ou há diferença entre elas?

“Nenhum” é um pronome indefinido, sendo o contrário de algum (e suas variações) ou alguém. A primeira oração poderia ficar assim:
Ninguém veio à festa.

“Nem um” é formado pelo advérbio de negação “nem” e o numeral “um”. Pode ser substituído por nem um único, nada, nem um só, nem um sequer etc. a segunda oração poderia ficar assim:

Nem uma pessoa sequer veio à festa.

Assim:

- use “nenhum(a)” quando puder substitui-lo por algum(a), ninguém, nada. Nesse caso, o substantivo será suprimido da frase.
Ex.: “Nenhuma” pessoa veio à festa. / “Ninguém” veio à festa. (o substantivo pessoa foi retirado da frase).

- use “nem um” quando puder substituí-lo por nem um único, nada, nem um só, nem um sequer etc.


Dica: use “nem um” quando desejar enfatizar quantidade. Caso contrário, utilize “nenhum”.

Ex.: uma maneira seria utilizar o sentido oposto da oração, transformando uma negação em uma afirmação.

Não tenho “nem um” real. – Tenho um real. (valor= 1 real)
Não tenho dinheiro “nenhum”. – Tenho algum dinheiro. (o valor não está especificado)

“Senão” ou “senão”?

“Senão” deve ser usado quando for possível a substituição por:
- do contrário, de outro modo
Ex.: Ande logo, “senão” [do contrário] você vai chegar atrasado.

- menos, a não ser, mais do que, com exceção de
Ex.: Os alunos não vieram “senão” [a não ser] eles dois.

- mas sim, mas, porém
Ex.: Isso não compete a ele, senão [porém] aos pais.

- como substantivo, no sentido de falha, defeito, obstáculo.
Ex.: Houve um pequeno “senão” [uma pequena falha] em sua apresentação.


“Se não” é uma conjunção condicional [se] = caso + advérbio de negação [não]. Pode ser substituída por:
- caso não, quando não
Ex.: Haverá jogo “se não” chover. (caso não chova)
“Se não” chover, irei ao cinema. (caso não chova)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ele escreve “mau”. Ou será “mal”?

Pode parecer simples, mas o uso das palavras “mal” e “mau”, ainda hoje, causam confusão. Muitas pessoas parecem achar que elas possuem o mesmo sentido e, dessa forma, usam-nas de forma indiscriminada. Vamos ver em que casos cada uma delas é empregada.

“Mal”:

O grande “mal” do país é a corrupção. (“mal” no sentido de algo que prejudica, que atrapalha).

A peste bubônica foi um “mal” causado pelos ratos. (“mal” no sentido de enfermidade, doença).

“Mal” o professor saía da sala, começava a bagunça. (“mal” indicando tempo; pode ser substituído por assim que ou nem bem).

Ele agiu “mal” naquele caso. (“mal” indicando modo; pode ser substituído por de modo errado).

* Dica: “mal” pode ser substituído por “bem”.


“Mau”:

Veja as frases abaixo:

Ele é um sujeito “mau”. Ele é um “mau” político. Este é um “mau” momento.

*Dica: “mau” pode ser substituído por bom.

Para “mim” fazer ou para “eu” fazer?

“Eu” é um pronome reto e funciona como sujeito da oração. “Mim” é um pronome oblíquo e funciona como objeto. Assim, a escolha de um ou outro dependerá da função que eles exercerão na frase.
Vejamos estes exemplos:

Este trabalho é para “eu” fazer. (nesse caso, “eu” funciona como sujeito do verbo fazer).
* Lembremos daquela velha fórmula que a maioria dos professores ensinam. Para encontrarmos o sujeito de uma frase, ‘perguntamos’ ao verbo: ‘quem’ fará este trabalho? – Eu. Para o sujeito, usa-se pronomes retos (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas).

Observe este outro exemplo:

É fácil para “mim” fazer o trabalho.
* Se ‘perguntarmos’ ao verbo “o que é fácil?”, a resposta será “fazer o trabalho’. Nesse caso, o sujeito é uma oração (sujeito oracional). Como não terá a função de sujeito, usa-se o pronome oblíquo (me, mim, te, ti, contigo, o, a, lhe etc.).

“Melhor” é invariável ou está correto usar “melhores”?

Depende da função da palavra “melhor” na oração.

Se “melhor” estiver exercendo a função de advérbio, com o sentido de “mais bem”, permanece invariável. Todo advérbio é invariável, não apresentando gênero, número ou outra flexão qualquer.

Ex.: Aqueles são os times “melhor” classificados no campeonato. – e não “melhores” classificados, como costumamos ouvir dos narradores e comentaristas esportivos.
* Nesse caso, podemos dizer que ‘aqueles são os times “mais bem” classificados no campeonato’. A palavra “melhor” atua sobre o adjetivo classificado, sendo, portanto, um advérbio. Invariável, portanto.
Você também pode utilizar essa dica: se a palavra “melhor” puder ser trocada por “mais bem”, permanece invariável.

Se “melhor” estiver exercendo a função de adjetivo, ela então variará de acordo com o substantivo ao qual estiver ligada.

Ex.: Eles são os “melhores” jogadores do time.
* Nesse caso, a palavra “melhor” tem a função de adjetivo, qualificando o substantivo jogadores. Assim, concorda em número com o substantivo, no caso, plural.

Porque, por que, porquê, por quê

As palavras acima causam muita confusão. Não é raro vermos textos e redações em que essas palavras aparecem de forma incorreta. Vamos ver os casos em que cada uma delas é usada.

“Por que”:

1) É utilizada no início de frases interrogativas ou quando, depois dela, fica subentendida a palavra motivo ou razão.

“Por que” você saiu mais cedo?

Vou contar-lhe “por que” [razão]
voltei.


2) É utilizada quando pode ser substituída por pelo qual e suas variações.

A causa “por que” lutamos é nobre. (A causa pela qual lutamos é nobre.)

São muitas as privações “por que” ele tem passado. (São muitas as privações pelas quais ele tem passado.)


“Por quê”:

1) É utilizada no final de frases interrogativas ou quando, depois dela, fica subentendida a palavra motivo ou razão.

Você saiu mais cedo “por quê”?

Ele voltou mais cedo, mas não nos disse “por quê” [razão].



“Porque”:

É utilizada em frases afirmativas e em respostas. Pode ser substituída por pois ou como.

Não fui ao cinema “porque” [pois] queria dormir.

“Porque” [como] jogava mal, ia para o gol.



“Porquê”:

É utilizada com o significado de motivo ou razão, sempre precedida de artigo ou pronome.

Ninguém sabe o “porquê” [o motivo] de sua tristeza.

Ela não nos deu um “porquê” [um motivo] coerente para abandonar os estudos.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Aonde ou onde?

Aonde acompanha verbos que indicam movimento.
Ex.: Aonde ele vai? – quem vai, vai para algum lugar. Aonde pode ser substituído por para onde.
Ex.: Para onde ele vai?

Onde tem o mesmo sentido de em que lugar.
Ex.: Onde ele mora? – onde pode ser substituído por em que lugar. Ex.: Em que lugar ele mora?

Há ou A?

É muito comum a confusão entre há e a. Vejamos as maneiras corretas de utilizá-los.

Tempo passado - quando nos referimos a um período de tempo passado, usa-se há.
Nesse caso, o há pode ser substituído por faz.
Ex.: O professor chegou há meia hora. - O professor chegou faz meia hora.

Tempo futuro – se algo ainda irá ocorrer, usa-se a.
Ex.: O professor chegará daqui a meia hora.


Há tempo ou A tempo?

Há = faz
Ex.: O professor chegou há tempo. – O professor chegou faz tempo.

A = em
Ex.: O professor chegou a tempo. – O professor chegou em tempo (chegou na hora).



Há uma hora, À uma hora, A uma hora.

Há uma hora – Há = faz
Ex.: O professor saiu há uma hora. – Faz uma hora que ele saiu.

À uma hora – quando se refere à hora do dia.
Ex.: O professor saiu à uma hora. – Saiu à uma hora da tarde.

A uma hora – é utilizado nos demais casos
Ex.: Ele saiu a uma hora dessas?
A próxima cidade fica a uma hora daqui.

Lembrete:

Há, quando indica tempo passado, pode ser substituído por faz.
A preposição aé utilizada para indicar tempo futuro ou distância.

Meio ou Meia?

Meio, quando se trata de um advérbio de intensidade, é invariável, sendo usado sempre no masculino.
Ex.: Ela é meio maluca. – e não: Ela é meia maluca.
Ela estava meio apressada. – e não: Ela estava meia apressada.

Obs.: Nesse caso, meio pode ser substituído por um pouco.
Ex.: Ela é um pouco maluca.
Ela estava um pouco apressada.

Quando a palavra meio significar metade, ela varia de acordo com o substantivo.
Ex.: Ela comprou meio mamão. - Ela comprou metade de um mamão.
Ela comprou meia melancia. - Ela comprou metade de uma melancia.


Em relação às horas, é comum ouvirmos a frase “São meio dia e meio”. Nesse caso, meio está com o sentido de metade, e varia de acordo com o substantivo.
Ex.: São meio dia e meia. – Meio dia e meia hora.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"Ao invés de" ou "em vez de"?

Ao invés de tem o mesmo significado de “o contrário de”, refere-se a coisas inversas, opostas.

Ex.: Façamos a paz, ao invés da guerra.
Ele preferiu calar, ao invés de falar.

A Paz é o contrário da Guerra. Calar é o oposto de Falar. Quando temos guerra, não podemos ter paz; quando estamos calados, não falamos.


Em vez de tem o sentido de “no lugar de”, prefere-se uma coisa à outra.

Ex.: Ele prefere cerveja em vez de vinho.
Ele joga vôlei em vez de futebol.

Cerveja não é o contrário de vinho. Vôlei não é o contrário de futebol. Pode-se beber vinho e cerveja; pode-se jogar futebol e vôlei.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Esse tal de pronome demonstrativo (ou será este?)

Pronomes demonstrativos, geralmente, deixam os alunos em dúvida quando precisam usá-los. Afinal, à primeira vista, parece não haver diferença entre eles. Por que devo usar esse e não este, ou aquele? Embora, aparentemente, não faça grande diferença usar um ou outro, indiscriminadamente, é necessário saber a diferença entre eles para que se transmita uma mensagem de forma eficiente. Afinal, é para isso que serve a linguagem.
Assim sendo, explicitaremos abaixo as diferenças entre eles. As observações são válidas para os seus derivados: neste, nesse, naquele, desse, daquele, etc.
Exemplificaremos o uso dos pronomes em relação a pessoa, lugar, tempo e discurso.

Pronomes demonstrativos este, esta, isto:
Em relação a pessoa, são utilizados para designar a pessoa ou coisa que está próxima de quem fala.
Ex.: Este menino é meu filho.
Esta caneta é minha.
Isto não é meu.

Em relação a lugar, são utilizados para designar o lugar onde o falante está.
Ex.: Este país não tem jeito.
Esta casa é bonita.
Isto aqui está uma bagunça.

Em relação a tempo, são utilizados para indicar um período de tempo presente, ou que ainda não terminou.
Ex.: Farei 30 anos este ano.
Esta noite irei ao cinema.

Em relação ao discurso, são utilizados para identificar, em uma oração, o termo mencionado por último.
Ex.: Maria e Beatriz estavam belíssimas. Esta vestia azul, e aquela, vermelho.
Indica algo que ainda será especificado.
Ex.: É isto que eu sempre digo: estudar é fundamental para se conseguir um bom emprego.


Pronomes demonstrativos esse, essa, isso:
Em relação a pessoa, são utilizados para designar a pessoa ou coisa que está afastada de quem fala e/ou próxima de quem ouve.
Ex.: Essa menina é minha amiga.
Esse livro é muito bom.
Isso não combina com você.

Em relação a lugar, são utilizados para designar o lugar onde o ouvinte está.
Ex.: Esse parque é muito bonito.
Essa casa é bastante agradável.

Em relação a tempo, são utilizados para indicar um período de tempo passado, próximo ou distante, ou futuro próximo.
Ex.: Ela chegará por esses dias. (futuro próximo)
Esse último mês foi quente. (passado próximo)

Em relação ao discurso, são utilizados para indicar algo já especificado anteriormente.
Ex.: Ela fez uma péssima prova. Isso a deixou triste.
O terremoto no Haiti fez muitas vítimas. Essa foi uma tragédia sem precedentes no país.


Pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo:
Em relação a pessoa, são utilizados para designar a pessoa ou coisa que está afastada de quem fala e de quem ouve.
Ex.: Aquela garota é bonita.
Aquele carro é muito caro.

Em relação a lugar, são utilizados para designar o lugar distante do falante e do ouvinte.
Ex.: Aquela casa ainda está à venda?
Aquele ali não é o seu primo?

Em relação a tempo, são utilizados para indicar um passado distante.
Ex.: Aqueles sim, eram bons tempos!
Aquelas férias foram ótimas.

Em relação ao discurso, são utilizados para indicar, em uma oração, o termo que foi mencionado primeiro.
Ex.: Ana e Verônica são irmãs. Esta, porém, é mais bonita do que aquela.