sexta-feira, 30 de março de 2012

Agente da passiva

Agente da passiva é o termo da oração que se refere a um verbo na voz passiva, sempre introduzido por preposição, e indica o elemento que executa a ação verbal.

Ex.:
O governo desapropriou as terras. (voz ativa)

sujeito verbo objeto direto



As terras foram desapropriadas pelo governo. (voz passiva)

sujeito locução verbal agente da
paciente passiva


Obs.: se transformarmos a oração em voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva assumirá a função sintática de sujeito na voz ativa, e o sujeito da voz passiva assumirá a função de objeto direto ou indireto na voz ativa.

domingo, 25 de março de 2012

O ‘Grande Irmão’ e a ditadura do pensamento

No livro “1984”, o escritor George Orwell retrata uma Inglaterra onde as pessoas eram vigiadas o tempo todo por câmeras, e as teletelas, que corresponderiam às nossas televisões, transmitiam programas confeccionados pelo Governo para doutrinar as pessoas a pensarem como o governo queria que elas pensassem. Essas pessoas não deveriam ter ideias próprias, mas, ao contrário, deveriam pensar de maneira uniforme, em concordância com o que a sociedade “pensava”. Havia vários tipos de propaganda que induziam as pessoas a agir de uma maneira uniforme, como se fosse um admirável gado humano. O governo era de responsabilidade de “alguém’” que era conhecido como Big Brother – o Grande Irmão. A sociedade vivia em uma ditadura que a condicionava a pensar que era livre.
A história do livro foi adaptada para o cinema em um filme homônimo. Fez muito sucesso em uma certa época, sendo cultuado por muita gente. Atualmente, poucas pessoas lembram dessa história, e mesmo entre os fãs do programa Big Brother, exibido pela Rede Globo, poucos sabem que o nome do programa foi tomado emprestado deste livro – o Grande Irmão que a todos vigiava.
O leitor que por acaso estiver lendo este texto deve estar se perguntando: e o que é que eu tenho a ver com um livro escrito lá pela década de 50? Muito, caro leitor.
Se observarmos com atenção, muitas das situações descritas no livro já estão se tornando realidade. Algumas, já se tornaram. Por exemplo, o fato de que as pessoas do livro eram vigiadas 24 horas por câmeras. Atualmente, em todos os lugares aonde vamos lemos aquela placa que diz “Sorria! Você está sendo filmado!”, quando na verdade a placa quer dizer “Não roube nada, ou os seguranças cairão em cima de você!”. Bancos, supermercados, escolas, restaurantes, aeroportos. Em todos os lugares vemos câmeras que filmam 24 horas por dia, para a nossa segurança e a segurança dos locais onde elas estão instaladas. A vigilância é total. Até mesmo residências espalham câmeras por todos os lados para que seus moradores possam sentir-se mais seguros. Dessa forma, somos vigiados onde quer que estejamos, tendo nossas vidas controladas em prol da segurança. Se alguém vai
usar essas filmagens para nos manter seguros ou para vigiar nossos passos, para atender a interesses dos quais sequer desconfiamos, não sabemos. Mas é um fato que vivemos vigiados.
Temos, também, a vigilância que é feita pelos computadores sobre a vida das pessoas. O que elas compram, para onde viajam nas férias, quanto gastam por mês, onde trabalham, quanto ganham, o que leem, que filmes alugam, para quem ligam. Tudo está armazenado na memória de milhões de computadores, que sabem mais sobre você do que você mesmo.
O outro ponto, mais sutil e, talvez por isso mesmo, mais grave, refere-se à liberdade de pensamento que deveria existir em todos os lugares que se dizem “democráticos”. A liberdade de pensamento foi um dos legados que os filósofos da antiguidade, tais como Sócrates e Platão, por exemplo, nos deixaram. Foi por essa Liberdade que tantos lutaram e morreram ao longo do tempo. O Iluminismo pregava o uso da Razão e a liberdade de opiniões, a ponto de um de seus principais articuladores, Voltaire, dizer que “não concordo com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las”.
Porém, estamos vivendo um período em que a liberdade de pensamento vem sendo cerceada, mas ninguém parece dar conta disso. Vejamos a questão do ‘politicamente correto’. Essa expressão é uma forma criada para controlar o que podemos e o que não podemos dizer.
Atualmente, temos que seguir o que é considerado o ‘pensamento geral’, e não o que nós pensamos sobre determinadas questões. Aliás, somos desencorajados de pensar por conta própria, devendo seguir o que é considerado correto.
Vemos em propagandas, em novelas e outros programas da televisão, mensagens subliminares, e outras nem tão subliminares assim, que nos dizem o que vestir, aonde ir, de que música devemos gostar, como devemos nos comportar etc. E as pessoas, sem questionar, acabam assimilando essas ‘ordens’ e, inocentemente – e por que não dizer, imbecilmente – apregoam que “estão na moda”. Essa ‘moda’, por sinal, é uma ditadura do comportamento, alinhando todas as pessoas a seguir um determinado padrão de comportamento. E as pessoas, assim como o gado que vai obedientemente para o abatedouro, seguem-na sem questionar.
Em questões totalmente subjetivas, onde cada um deveria ter sua maneira de pensar, somos obrigados a ‘seguir a moda’. Não sou contra o homossexualismo, por exemplo. Acho que todos têm o direito de fazerem o que quiserem com a sua vida, desde que não interfiram com a vida dos outros. Contudo, mesmo não concordo com os que são contra os homossexuais, sigo a linha de pensamento de Voltaire, e defendo o seu direito de pensamento e expressão. Porém, se alguém, publicamente, se declarar contra o homossexualismo, será execrado e sofrerá todos os tipos de pressões e discriminações. E isso se aplica a várias áreas.
A própria escola, que deveria fornecer aos alunos subsídios para que eles pudessem se tornar pensadores independentes, acaba por não fazer isso, engessando o pensamento dos alunos com aulas e atividades que os levam simplesmente a decorar o que foi exposto, ao invés de refletir e tomar uma posição sobre o assunto.
Vivemos um período de ditadura, mas uma ditadura que nos faz sentir livres. O Grande Irmão está aí, nos vigiando e conduzindo os nossos passos, nos doutrinando a cada dia, nos dizendo o que fazer e nos dando a impressão de que a escolha foi nossa. E nós, como bons carneirinhos que somos, seguimos o caminho que nos é indicado, assim como o gado segue mansamente pelo caminho que o levará ao abate.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Artigo definido e indefinido

Artigo é a palavra que precede o substantivo, indicando-lhe o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou plural). Ao mesmo tempo, determina ou generaliza o substantivo.

Os artigos classificam-se em:

a) artigo definido: indica um substantivo específico, determinado. Pode ser singular (o, a) ou plural (os, as).

Ex.: O menino chutou a bola.
* Neste exemplo, temos dois artigos definidos: o (masculino / singular), a (feminino / singular).

b) artigo indefinido: determina o substantivo de modo vago, impreciso. Indica um ser qualquer entre outros da mesma espécie. Pode ser singular (um, uma) ou plural (uns, umas).

Ex.: Um menino chutou uma bola.
* Neste exemplo, temos dois artigos indefinidos: um (masculino / singular), uma (feminino / singular).

terça-feira, 13 de março de 2012

Inúmeros é sinônimo de muitos?


Apesar de muitas vezes ser utilizado como sinônimo de muitos ou numerosos, inúmeros é sinônimo de “incontáveis".
Veja os exemplos abaixo:

Escrevi inúmeros artigos. – errado. O correto seria “Escrevi muitos (ou numerosos) artigos”.

O Universo possui inúmeros planetas. – correto. O número de planetas existentes no Universo é incontável.

Bujão ou botijão


Ambas as formas são dicionarizadas, portanto consideradas corretas. Ambas as frases abaixo estão corretas.

Comprei um “bujão” de gás.
Comprei um “botijão” de gás.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Duas metades iguais

Observe as frases:

Cortou a laranja em “duas metades”.
Cortou a laranja em “duas metades iguais”.


Metade é igual a duas partes iguais. Assim, dizer que cortou a laranja em “duas metades” ou em “duas metades iguais” constitui um pleonasmo.
O correto seria:

Cortou a laranja pela “metade”.

quarta-feira, 7 de março de 2012

O que é “objeto direto” e “objeto indireto”?

Antes de explicarmos o que são “objeto direto” e “objeto indireto”, vamos lembrar alguns detalhes.

Na regência verbal os verbos podem ser divididos em duas grandes categorias: verbos intransitivos e verbos transitivos. Os verbos intransitivos não possuem subdivisão. Quanto aos verbos transitivos, subdividem-se em: transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e indireto.

Vejamos como cada um deles funciona.

Verbos Intransitivos: são verbos que não necessitam de complementos para demonstrar uma ação ou um fato. Possuem o sentido completo.

Ex.: João “morreu”.
O homem “caiu”.

Nas frases acima, os verbos apresentam sentido completo. Se quisermos acrescentar alguma informação, utilizamos-nos de adjuntos adverbiais ou de um predicativo.

Ex.: João “morreu” calmamente.
O homem “caiu” da escada.


Verbos Transitivos: são verbos que não possuem sentido completo, necessitando de complementos para demonstrar que uma ação foi praticada por um sujeito e sofrida por um outro elemento. Dividem-se em transitivos diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos.


Verbos Transitivos Diretos: são verbos cujo complemento, chamado de objeto direto, não exige preposição.

Ex.: Ele ajudou a amiga. – quem ajuda, ajuda alguém. Esse alguém, “a amiga”, é o objeto direto.

Obs.: Em “a amiga”, “a” é artigo definido feminino. Não confundir com preposição.

Os pronomes oblíquos átonos que atuam como objeto direto são: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as e suas variantes, lo, la, los, no, na, nos, nas.

Ex.: Deus o abençoe.
Eu os chamei.
Queria conhecê-la.

Os pronomes oblíquos tônicos que atuam como objeto direto são: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas.

Obs.: os pronomes oblíquos tônicos só são usados com preposição, por isso são chamados de objeto direto preposicionado.

A mim, Pedro não engana.


Verbos Transitivos Indiretos: são verbos cujo complemento, chamado de objeto indireto, exige preposição.

Eu vou ao cinema. – quem vai, vai “a” algum lugar. Esse lugar, “ao cinema”, é o objeto indireto.

Obs.: Em “ao cinema”, “a” é preposição e “o” é artigo definido masculino.

Obs.: quando os objetos indiretos não representam pessoas, usam-se os pronomes oblíquos tônicos (ele, ela) no lugar dos pronomes oblíquos átonos (lhe, lhes).

Os pronomes oblíquos átonos que atuam como objeto indireto são: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.

Os pronomes oblíquos tônicos que atuam como objeto indireto são: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas.


Verbos Transitivos Diretos e Indiretos: são verbos que utilizam ambos os complementos, ou seja, possuem objeto direto e objeto indireto.

Ex.: Ele deu um livro para o amigo. – quem dá, dá alguma coisa (livro) para alguém (o amigo). Portanto, “livro” é objeto direto e “o amigo” é objeto indireto.

terça-feira, 6 de março de 2012

“Donde”, “daonde” ou “de onde”?

Observe as frases abaixo:

Não sei “donde” eles vieram.
Não sei “daonde” eles vieram.
Não sei “de onde” eles vieram.

A forma “donde” é dicionarizada, mas está em desuso e deve ser evitada.
A forma “daonde” não existe e sua utilização é incorreta.

Se houver a ideia de procedência, utilize “de onde”. Portanto, a frase correta é:
Não sei “de onde” eles vieram.

“Ao meu ver” ou “a meu ver”?

Observe o exemplo:

“Ao meu ver”, todos estão errados.

Inclusive você! Com as expressões “a meu ver”, “a nosso ver”, não se utiliza artigo [o]. Em vez de “ao meu ver” utilize “a meu ver”, e em vez de “ao nosso ver” utilize “a nosso ver”.

Ex.:
“A meu ver”, todos estão errados.“A nosso ver”, todos estão errados.

Faxs, faxes ou fax?

Observe as seguintes frases:

Mandamos vários “faxs” para o cliente.
Mandamos vários “faxes” para o cliente.

Ambos os exemplos acima estão incorretos. Palavras terminadas em [x] não mudam no plural. Assim, palavras como látex, tórax e fax são utilizadas da mesma forma no singular e no plural.

O correto é: Mandamos vários “fax” para o cliente.

domingo, 4 de março de 2012

Fronteira, divisa ou limite?

Observe as frases abaixo:

O navio naufragou na “fronteira” do Amazonas com o Pará.
O bandido foi preso na “divisa” entre Brasil e Argentina.

Fronteira é utilizada entre países.
Divisa é utilizada entre estados.
Limite é utilizado entre cidades.

O correto, nas frases acima, seria:

O navio naufragou na “divisa” do Amazonas com o Pará.
O bandido foi preso na “fronteira” entre Brasil e Argentina.

“Por causa que” ou “porque”?

Não fui ao cinema “por causa que” estou doente.

"Por causa que" não existe. Em vez disso, utilize simplesmente “porque”.
Não fui ao cinema “porque” estou doente.

Tampar ou tapar?

As duas formas existem, mas são utilizadas em contextos diferentes.

“Tampar” significa colocar uma tampa em algo.
“Tapar” significa vedar ou cobrir algo.

Observe a utilização correta conforme os exemplos abaixo:

Por causa do fedor, tapei o nariz (cobri o nariz).
A cozinheira tampou a panela (pôs uma tampa na panela).

Consigo ou contigo?

Observe a frase:

Preciso conversar “consigo”.

"Consigo" só deve ser usado com valor reflexivo, referindo-se ao sujeito da oração.
Ex.: Ele pensou consigo. Ele falou consigo.
A forma correta, quando se referir a outra pessoa é:

Preciso conversar “com você” (ou “com o senhor” etc.).


Dica: é comum o uso das palavras “mesmo” e “próprio” juntamente com “consigo” e “si” para reforçar a ideia de pronome reflexivo.

Ele pensou “consigo” mesmo.
Ela elogia a “si” própria.

Embora não seja incorreto, o uso de “mesmo” e “próprio” é dispensável. As frases poderiam ficar assim:

Ele pensou “consigo”.
Ela elogia a “si”.


Já “contigo” não é um pronome reflexivo, podendo ser utilizado da seguinte forma.

Preciso conversar “contigo”.

Pousar ou posar?

As duas formas são dicionarizadas e sua utilização depende da situação. Se estivermos nos referindo a um avião, o correto é pousar (de pouso).

O avião “pousou” no aeroporto de São Paulo.

Se estivermos nos referindo a uma modelo, o correto é posar (de pose).

A modelo “posou” para o fotógrafo.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Penalizado ou punido?

Na frase:

O aluno foi "penalizado" pelo diretor.

"Penalizado" está sendo utilizado como sinônimo de punição. Contudo, penalizado refere-se a quem tem pena, compaixão.
Ex.: O homem ficou “penalizado” ao ver o cão atropelado. (ficou com pena, com dó)
No caso da frase acima, o correto é:

O aluno foi “punido” pelo diretor. (recebeu uma punição)